"Essa gente" no poder
25/06/14 11:41Dia desses, um amigo embaixador ocidental traçou um paralelo interessante entre os atuais governos de Brasil, Iraque e Irã. Feitas as devidas ressalvas em matéria de contexto e diferença de sistemas politicos, achei a avaliação do diplomata digna de registro e reflexão.
Os governos em questão são comandados por grupos que se construiram politicamente graças a uma longa trajetória de oposição ao poder central. O PT passou a maior parte de sua existência tentando chegar ao Planalto. Os líderes iraquianos de hoje são todos veteranos dissidentes da era Saddam Hussein. Muitos dos aiatolás no poder no Irã, inclusive o líder supremo Ali Khamenei, foram presos e torturados pelo regime do xá.
Os três governos também têm características comuns na maneira de administrar o país: onipresença do Estado na economia, fartas políticas sociais (chamadas de assistencialistas pelos críticos) e certa propensão à demagogia. O apelo emocional das propagandas do governo Dilma não é tão diferente da ideia do “nós contra eles” martelada pela TV estatal iraquiana.
Em Brasília, Bagdá e Teerã, os líderes se dizem orgulhosos representantes da gente simples e trabalhadora que passou a maior parte da história supostamente oprimida pelo elitismo hereditário dos poderosos. Verdade seja dita, há mesmo algo em comum entre simpatizantes dos três governos, que são bem mais numerosos do que gostariam os opositores. Lideranças brasileira, iraquiana e iraniana têm ampla base de apoio entre os mais pobres. O problema é que os políticos usam esta realidade para tachar qualquer crítica de resposta reacionária da burguesia.
Não é de se estranhar, portanto, que os três governos também se aproximem na maneira como são percebidos por suas respectivas oposições.
A Jordânia e os Emirados Árabes Unidos estão cheios de exilados que eram integrantes do regime de Saddam Hussein. Bem nascidos, sunitas e relativamente seculares, olham com desdém para os devotos xiitas hoje no poder, que supostamente obrigam suas mulheres e filhas a usar véu e cheiram a água de rosa, perfume característico das mesquitas xiitas. Para os nostálgicos de Saddam, inclusive os que continuaram no país, os xiitas são uma gente sem modos que envergonha a outrora gloriosa nação iraquiana. Imaginem só, embaixadores que não falam inglês, o horror! Esse discurso não soa familiar com críticas feitas a um certo ex-presidente brasileiro?
Boa parte da oposição ao regime xiita iraniano abandonou esse tipo de argumento, mas a mídia nos EUA e na Europa ainda abre espaço para remanescentes da monarquia Pahlavi, que, impecavelmente vestidos e falando inglês perfeito, vivem reclamando dos “barbudos” no poder em Teerã.
Hoje, os três governos estão sob pressão. No Irã, economia devastada por sanções e ranço popular agem como lento veneno. No Iraque, jihadistas ultrarradicais parcialmente apoiados pela minoria sunita tomaram cidades importantes e ameaçam chegar a Bagdá. A crise é tamanha que o premiê Nuri al-Maliki está na corda bamba. Já Dilma se prepara para encarar uma eleição duríssima, num clima de marasmo econômico e vasta insatisfação popular, por ora camuflada pela euforia da copa.
Regozijam-se os que querem tirar “essa gente” do poder.
Samy, você já teve a curiosidade de ver os livros de estudos básicos, usados pelos estudantes do Irã?
Tais como os de história, geografia, literatura, língua persa, biologia, etc.
Seria interessante.
Acho que daria uma boa matéria.
– mostrar o que iranianos aprendem do mundo, sua história e geografia.
– mostrar o que sabem do Brasil
– comparar seus conhecimentos sobre o Irã, com o ensino oficial. E analisar as semelhanças e diferenças.
Já dei uma olhada, superficial, confesso. Com exceção das aulas de história e fundamentos militares, carregadas de ideologia, o restante do conteúdo me pareceu próximo do que se vê no Ocidente. De maneira geral, o nível do ensino no Irã é muito bom. Existe a cultura do estudo e da meritocracia, o que implica alguns reflexos sociais questionáveis, como a mania de rotular pessoas em função de seu status acadêmico e da faculdade onde estudaram. Quem diz “eu estudo na Universidade Sharif ou Beheshti” tem sorrisos e tratamento VIP garantido onde quer que vá. O Brasil costuma ser citado no ensino iraniano como um país que teve bem sucedida transição entre um modelo de ditadura apoiado pelos EUA e um sistema democrático.
Samy, cogita-se algum tipo de consulta popular no Irã?
Tal qual plebiscito e referendo?
Para quais temas?
Bruce, o Irã não tem plebiscitos nem referendos, mas tem eleições para presidente, deputado, vereador e para a Assembleia dos Peritos, órgãos que aponta e monitora o líder supremo.
O povo foi às urnas em massa e votou, também em massa, no candidato mais reformista. Qual a interpretação que o regime faz disto? Que a população está satisfeita?
Rowhani é um líder pragmático e conciliador, mas não pertence ao campo reformista. Ele foi eleito no primeiro turno, num clima de eufórica esperança de melhora na vida das pessoas. Aos olhos do regime, porém, o relativo sucesso da eleição mostra que os iranianos continuam legitimando o sistema implementado com a revolução de 1979.
Samy, como de hábito, leio tudo o que você escreve, por ser fruto de conhecimento no terreno e reflexão, além de ter um texto leve e prazeroso. Não são elocubrações de escritores, intelectuais e jornalistas “de gabinete”.
Não conheço bem o Irã. Fui a Teerã apenas uma vez, nos tempos de Rafsanjani e observei uma repressão medonha por toda parte, a ponto de eu próprio me sentir inseguro. Mas, a contar pela tua experiência, análises e informações, isso parece ter mudado bastante nos últimos anos. Mas já naquele tempo, setores da burguesia locais e emigrados com quem conversei se referiam com desprezo “àquela gente” que havia chegado ao poder com a revolução de 1979: não sabiam se portar à mesa, vestiam-se mal, cheiravam mal e coisas do gênero. Todo esse desprezo era resumido pelo termo generalizante “essa gente”, acompanhado de expressões faciais e corporais correspondentes. De fato, era gente nova, antes excluída e reprimida, que chegava ao poder e ocupava cargos antes exclusivos aos apaniguados dos Pahlevis.
No Iraque se passou algo similar. Quatrocentos anos de dominação otomana incutiram nos sunitas das províncias de Erbil, Bagdá e Basra (que, juntas, viriam a conformar o território do Iraque moderno) a ideia de que tinham o direito exclusivo ao poder. Com a República, a partir de 1958, o Iraque, em poucos anos, graças às rendas do petróleo nacionalizado e exportado e a políticas sociais inclusivas (abertas inclusive aos xiitas) viria a se transformar, nos anos 70 e início dos 80, na “jóia do Mundo Árabe”. Ao tomar o poder em 1980 e passar a exercer livre e impunemente toda a sua brutalidade, Saddam Hussein em 23 anos levou o país à derrocada. Primeiro com a equivocada guerra contra o Irã, depois com a desastrosa invasão do Kuaite, que resultaram na imposição ao Iraque de sanções econômicas draconianas e, finalmente, na invasão anglo-norte-americana de 2003. Ao longo desse período escassearam-se as fontes de renda do país, que então foram-se concentrando cada vez mais entre os apaniguados do Governo que lhe davam sustentação. Estes eram sunitas em sua grande maioria, mas não exclusivamente, pois o Governo baathista se propunha ser árabe e socialista, independentemente de afiliações religiosas (o que, obviamente, excluía os curdos). Os anos de miséria e isolamento do poder central a partir da primeira guerra do Golfo acabaram diluindo os alegados propósitos inclusivos do regime baathista. Consequentemente, a população iraquiana retrocedeu socialmente e voltou a se organizar com base em ancestrais critérios étnicos, confessionais e tribais, para poder sobreviver. Com a queda de Saddam e a realização de eleições credíveis, os xiitas, por serem a maioria, conquistaram o poder. Paul Bremmer, equivocadamente, como ele próprio viria a reconhecer mais tarde, deu início à “desbaathização” do Governo iraquiano nos mais diversos escalões do poder, substituindo-os por quadros inexperientes retirados, em sua maioria, da maioria xiita que compõe a população do Iraque. Governos de maioria xiita subsequentes deram continuidade a essa prática. Os ex-baathistas pobres entrincheiraram-se nos redutos populacionais de maioria ou exclusivamente sunitas, tais como Falluja, Ramadi ou Tikrit. Os ricos e ex-poderosos se refugiaram em Amã, que hoje conta com uma população iraquiana estimada em 400 mil habitantes, cujas rendas provocaram um “boom” imobiliário na cidade. A maioria deles com quem conversei se referia aos recém-chegados ao poder em Bagdá como “aquela gente” deselegante, mal educada, mal vestida, tal como no caso iraniano.
Com relação ao Brasil, posso falar apenas pela minha experiência como paulista e hoje paulistano. Morei em dois bairros tradicionais redutos do PSDB. Como a maioria das pessoas com quem tenho interagido nesses bairros se refere aos novos senhores do poder em Brasília, a partir da eleição do Presidente Lula? Também por “essa gente” (não raro “gentalha”) ignorante, mal ajambrada, que sequer sabe falar direito (lembre-se do famoso “nóis negoceia”?).
Por isso concordo com a tua analogia entre o que ocorreu no Irã, no Iraque e no Brasil nos últimos anos. Acelerada migração rural-urbana e políticas sociais inclusivas abriram oportunidades de ascensão social a milhões de excluídos entre as populações rural e urbana nos três países. E, nos três casos, boa parte das populações deslocadas social, política e economicamente se referiam aos novos integrantes do poder como “essa gente”, como você bem observou, numa clara demonstração de soberba, despeito, inveja ou mesmo ódio.
Foi isso o que eu apreendi do teu artigo. E com ele concordo. Às vezes um “voo livre intelectual” como o seu gera espanto entre alguns leitores (como esse cara pode botar no mesmo saco realidades de países tão diferentes quanto Irã, Iraque e Brasil?), mas revela aquilo que todos nós temos em comum, independentemente de etnias, crenças e ideologias: “a dor e a delícia” de sermos todos humanos (expressão entre aspas emprestadas de Caetano Veloso). E, portanto determos soluções e reações semelhantes para problemas e desafios similares.
Abraço e parabéns.
Bom dia!
Na imprensa do Irã os leitores fazem comentários, como aqui?
E, se o fazem, com esta ampla liberdade de expressão?
Mormai, ao contrário da Síria ou da Coreia do Norte, ditaduras clássicas, o Irã permite certo grau de debate e questionamento. A imprensa é um destes campos de disputa. Dito isso, há linhas vermelhas, como o líder supremo, o islã e o Estado de Israel.
Samy, pelo que vejo nas suas postagens, você reside no Irã com sua família.
Caso fosse solteiro, um brasileiro solteiro, o que acha que seria diferente em namorar uma iraniana?
Isto é bastante subjetivo, mas tente passar algumas impressões de antagonismos entre a mulher brasileira e a iraniana.
Mohamed, moro sozinho no Irã. Tratei longamente do tema que você menciona na seguinte reportagem:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2014/03/1432402-realidade-velada.shtml
Li sim esta excelente matéria.
Poderia ser publicada no Irã, em veículo com o mesmo alcance da Folha de São Paulo?
Qual você supõe que seria a repercussão?
Muito contestada?
Ou o contrário, muito aplaudida?
Difícil saber, Mohamed. Imagino que haveria todo tipo de reação, positivas e negativas.
Realmente há semelhanças, principalmente entre Brasil e Irã, o Iraque não sei, na minha visão o governo iraquiano foi meio que imposto pelos EUA. A eleição iraquiana “vista de longe” não me pareceu muito integra.
Acho que há equívocos em sua análise.
A oposição no irã/Iraque está formada a décadas e reúne características peculiares ao Oriente Médio, além de sofre influência étnica/religiosa.
Acho que o PT passou pouco tempo na oposição, foi fundado em 1980 e em 2003 já ocupava a Presidência.
Com Lula e Dilma, elite brasileira perdeu partes de seus privilégios: cotas nas Universidade, concurso público e a inclusão social e econômica de parte dos brasileiros que sobreviviam com salários miseráveis. Quem quer ter uma empregada doméstica que pague todos os direitos trabalhista, coisa que não existia no Brasil.
Realmente uma coisa os três países possuem em comum, uma mídia internacional que faz oposição aos governos, mas no Irã/Iraque não existe uma imprensa independente, no Brasil nossa mídia prega o golpe quase que diariamente. É uma imprensa que faz oposição sistematicamente.
Há! Não conheço um único exilado político brasileiro e o nosso Judiciário é independente do Poder Executivo. Coisa que não acontece nesses países.
Agora uma coisa Brasil, Irã e Iraque têm em comum, uma elite podre, soberba e parasita.
Samy, você vive na região e conhece muito mais do que nós.
Faça um ranking, da sua opinião, sobre os países mais democráticos e mais liberais desta parte do mundo.
Daquilo que você conhece.
Difícil fazer um ranking, Freud. O Irã é o único país do mundo a obrigar o uso do véu, inclusive para estrangeiras. Mas os iranianos escolhem seu presidente e deputados. A Síria é uma ditadura pavorosa, mas é bastante liberal em questões morais e permite até venda de bebida álcoolica. A Turquia é super moderna para padrões ocidentais, mas é recordista mundial em jornalistas na cadeia. No Marrocos mulheres usem biquini na praia, mas o regime é monarquia de direito divino. A condição da mulher argelina é muito avançada, mas o país é um estado militar barra pesada. E por aí vai.
Samy esta foi sua publicacao mais questionavel. Dilma e Lula mostram seus votos. Khamenei teve quantos votos? Qual a legitimudade do poder dia clerigios?
Paulo Otavio, a coluna tratou de dinâmicas entre governantes e governados, não da natureza política dos Estados. Essa ressalva é feita no primeiro parágrafo do texto.
Você esteve no Iraque.
Quais as barreira mais salientes entre Curdos, Xiitas e Sunitas, que impedem um governo nacional?
Uma anistia geral, e olhar para frente.
Não seria mais produtivo?
Como funciona a cabeça destas pessoas?
Freud, as razões são complexas e profundas. No Oriente Médio muita gente ainda se pauta pela lógica do clã ou da tribo. A noção de governo central unificado é uma ideia difícil de implementar, por razões culturais mas também históricas. Além disso, o perfil político predominante até agora é de líderes autoritários, sectários e violentos. Isso cria ranços e desconfianças difíceis de superar. Pouca gente no Iraque realmente acredita na ideia de uma unidade nacional.
No Irã, especificamente, há discussões sobre aumento do poder dos poderes eleitos diretamente, presidente e legislativo?
Em detrimento da liderança religiosa?
Tais discussões são consideradas crime?
Há, entre a população iraniana, uma sensação de orfandade de poder, de serem governados por um poder que efetivamente não os represente?
Não há nem cabe, por enquanto, discussão sobre a essência da natureza do regime. O presidente, dentro das suas limitações, tenta dar o tom geral da nação em matéria de política externa, moral e econômica, mas a palavra final lhe foge. Iranianos, apesar dos pesares, continuam dando legitimidade ao regime ao comparecerem em massa às urnas sempre que há eleições. Muita gente realmente acredita que a voz das urnas serve como instrumento de pressão contra as autoridades teocráticas, e talvez haja algo de verdade nisso. Como eu já escrevi aqui, são raras as pessoas dispostas a lutar por uma mudança de regime. As pessoas, me parece, se tornaram cínicas e preferem cavar caminhos no sistema para viver e sobreviver vem vez de tentar derrubá-lo. Todo mundo só pensa no interesse próprio, da família ou da empresa. O regime, firme e forte no poder, é uma especie de preocupação secundária.
Que diferenca faz se os eleitores comparecerem em massa ou boicotarem as eleicoes?
Os aiatolas estao preocupados com a opiniao popular?
E eles fazem uma triagem dos candidatos.
Neste contexto, qual liberdade que os iranianos entendem que conquistaram com a revolucao de 1979?
Paulo Otavio, o regime sempre implora para as pessoas votarem. Lembre-se que, no ano passado, o aiatolá Ali Khamenei surpreendeu o mundo ao pedir a todos os iranianos, “até os que não acreditam no regime”, que fossem em massa às urnas. Prova de que a participação popular é, sim, um pilar da busca do regime por legitimidade.
Bom,
Acho que a grande semelhança entre os três está realmente no uso de uma retórica revolucionária (para objetivos inteiramente distintos), em cada caso, de subversão da ordem econômico-social que foi/é usada por cada lado antes e durante o exercício do poder, utilizando para isso o respaldo dos desfavorecidos ante uma elite qualificada de “parasita” pelos partidos economicamente de esquerda.
Entre o PT e o Irã, eu já tinha pensado nessa semelhança.
E é claro que depois de escrever um texto sugerindo essa semelhança, tentando se esquivar de qualquer juízo de valor, vem a patota de um lado e do outro fazer sua tradicional disputa de interpretação.
Samy, caberia dizer uma brutal diferença entre o Brasil e o Irã: aqui governo petista está porque foi eleito.
E continuará ou sairá com eleições, ante a vontade popular.
Mas no Irã, a liderança suprema tem algum voto?
O povo tentou mudanças com Katami, e não conseguiu nada.
Você considera a legitimidade do regime do Irã semelhante à da democracia brasileira?
Sim, Salomão, mas o objetivo da coluna não era tratar das diferenças entre os três países, que são óbvias e infinitas, mas de algumas dinâmicas parecidas entre governantes e governados. Essa ressalva é feita no primeiro parágrafo. O líder supremo é apontado pela Assembleia dos Peritos, cujos membros são escolhidos pelo voto popular.
A rigor, sempre se pode achar algumas semelhanças e diferenças entre países, governos etc. Mas no caso do artigo, há muita coisa que não bate. Se bem que o governo de Saddam Hussein era uma ditadura sem eleições, assim como o Irã da ditadura Pahlavi e o Brasil mesmo teve militares que tomaram o poder a bala. É o velho pêndulo da direita e esquerda. Mesmo assim, o Brasil não é um país sectário, dividido em três grupos étnico-religiosos, a religião não tem a menor importância, todo mundo fala português (bem ou mal, Rsss) e somos mestiços, numa democracia contínua e sem guerras internas, com instituições consolidadas. Olha, pensando bem, acho que deu uma forçada de barra no texto, dessa vez.
Samy, acabou de virar burgues! A patrulha petista vai entender tudo errado e… “tachar qualquer crítica de resposta reacionária da burguesia”.
Bem, você falou mal do PT, agora aguenta a patrulha, apesar de ter indiretamente falando mal da oposição também. Mas nem assim é permitido.
Não entendo o mal estar já que a narrativa “nós pobres coitados” contra a “cruel, apátrida, malvada, racista, elite branca” é deles próprios. Também pensei que eles fossem simpáticos ao regime iraniano “resistência anti-imperialista”.
Gentchiii! Quanto recalque! O menino vai lá no Iraque cobrir uma guerra e ainda arruma tempo para nos enviar informações de graça (sim, por que ele não ganha para escrever no blog, escreve por que quer) e ainda as recalcadas ficam reclamando? Me poupem. Samy, você arrasô na comparação. Sou muçulmano, nasci em Beirut e trabalhei no Iraque de Saddam.
قبلة
Ahmed
E muçulmano gay pode?
Fred, do ponto de vista religioso, a homossexualidade é vista como pecado por judaísmo, cristianismo e islã.
Fred, gay muçulmano não pode, mas tem sim. Rezo em direção à meca, observo ramadā, frequento minha mesquita aqui em foz do iguacu, já fui a meca 2 vezes, não bebo álcool, nem como carne de porco, pratico o amor e caridade. Nunca fui julgado, nem repreendido e vivo minha sexualidade em paz e com discrição e respeito. Tenho o amor de minha familia e o respeito da comunidade muçulmana. O que mais posso querer?
Para quem não entendeu o texto, sugiro voltar a ler a 2º e a 3º linha: “Feitas as devidas ressalvas em matéria de contexto e diferença de sistemas políticos”. Excelente análise, excelente comparação. Quando puder fale-nos mais sobre sua ida ao Iraque. Parabéns Samy.
abraços nordestinos
Bacana. Uma análise equilibrada, afinal pra mim isso é que é exercer a atividade de forma correta.
Faço coro com as palavras do Salvador, muito ruim a comparação. Pobre, esdrúxula e sem argumento nenhum. Comparar democracia com teocracia… Parece que nem brasileiro é. Se não tem nenhuma notícia interessante melhor não falar nada. Patético.
Realmente muito ruim este artigo. Como muitos outros publicados aqui e em outros veiculos de comunicação falada, escrita ou televisada. Comparando economia do Haiti com economia brasileira. Ou muitas vezes comparando pequenos países da europa com um país continental como o Brasil.
Coluna ruim e mal escrita. Raciocinio pobre, comparacoes grotescas apesar das ressalvas feitas no inicio do texto e uma simplificacao da analise do que ocorre no Brasil que cheira mal. Em suma, texto ruim.
Aconselho o senhor a ler novamente a coluna. A semelhança no comportamento dos “governos”, ainda que incômodo para quem gosta do que o aglomerado governante faz por aqui, salta aos olhos com argumento pobre. Imagina se o articulista, brasileiro que vive no Irã, pertinho do Iraque, usasse argumentos mais “ricos”, o senhor morreria de raiva.
Salvador apenas passou recibo. O articulista foi cuidadoso e respeitoso até demais na análise, principalmente na comparação com o que tem se escrito por aí.
Salvador. O melhor do texto foi seu comentário. Posso dizer que salvou o texto