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Samy Adghirni

Um brasileiro no Irã

Perfil Samy Adghirni correspondente em Teerã.

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O caos eficiente do transporte urbano em Teerã

Por Samy Adghirni
17/06/14 11:45

“Como você sabe que é um táxi?”, espantou-se a visitante brasileira, acompanhada do marido, ao ver um carro qualquer atender meu sinal de mão e parar na nossa frente.

Tranquilizei o casal e dei ao motorista o endereço do hotel que hospedava os turistas.

No Irã, qualquer um pode transformar seu carro em táxi. Os maiores adeptos desta prática são, obviamente, pessoas que precisam reforçar a renda.

Para saber se o veículo é um táxi sem registro, muitas vezes basta olhar o tipo de carro. Se for Pride, um modelo popular nacional horroroso e de péssima qualidade, as chances são maiores. Pride cinza, então, é batata. Para não deixar dúvida de que estão disponíveis, alguns motoristas acenam com sinal de luz alta ao enxergar quem parece estar buscando transporte.

Há dois tipos de corrida: individual e coletiva. Ao parar um táxi sem registro, diga onde quer ir, se quer fazer o trajeto em modo “dar bast” (portas fechadas) e combine o preço. Baratíssimo para os padrões brasileiros. Conte cerca de US$ 5 para atravessar Teerã de norte a sul. Se quiser pagar menos, entre no carro e prepare-se para dividir espaço com desconhecidos. Cada passageiro entrega até US$ 0,50 em função do trajeto. Homem e mulher juntos, ninguém liga.

O problema é que os táxis informais são carros comuns e, portanto, sujeitos ao rodízio, que barra acesso ao centro.

Para andar livremente, é preciso recorrer aos táxis regulares, que podem ser amarelos, verdes ou identificados apenas com uma plaquinha no teto. Eles ficam circulando ou parados em ponto. Combine o preço antes, se não você será obrigado a pagar o que o motorista determinar ao chegar no destino.

Esses motoristas profissionais costumam ser amargos e rabugentos de tanto ficar sentados em carros ruins num trânsito insano. Sem falar na poluição pesada que deixa o céu acinzentado. Muitos falam ao telefone e fumam dentro dos carros sem se importar com o passageiro. Mas eles também são politizados e lúcidos. É a velha máxima do jornalismo internacional: para medir a temperatura de um país, fale com taxistas. Já vi motorista dissertando sobre assuntos tão diversos quanto as dificuldades econômicas do governo Dilma e a queda dos czares na Rússia. Já ouvi taxistas xingando todo o regime. Outros me explicaram que a teocracia iraniana não reflete o verdadeiro islã. Um dia, um motorista queria porque queria me levar a um bordel. Quanto mais eu declinava, mais ele explodia em risos.

Já andei com taxistas mulheres. Inclusive de madrugada.

Os melhores táxis são os que ficam em agências de bairro, conhecidas em farsi como “a-jáns.” Os carros são geralmente mais novos e confortáveis. Os motoristas são referenciados e, por isso, costumam ser mais honestos e educados. O problema é o preço – 20% a 30% mais alto do que em táxis comuns.

Apesar desta fartura de táxis, que facilita a vida e atende necessidades do mercado, minha primeira opção costuma ser o ônibus. Muitos veículos são velhos e barulhentos. Alguns não têm ar condicionado, o que torna o ambiente interno irrespirável nesta época de dias quentes e longos. Pior mesmo é a irresponsabilidade dos motoristas que fazem ultrapassagens aterradoras nos corredores de uso exclusivo. Apesar disso, acho o sistema de ônibus melhor do que no Brasil.

Mesmo nos feriados, dificilmente se espera mais de alguns minutos no ponto. A rede de linhas abrange todas as áreas da cidade e o preço é irrisório – US$ 0,16. Fica ainda mais barato para quem usar bilhete eletrônico. Ah, homens e mulheres ficam em áreas separadas. Nos ônibus mais modernos, reluzentes veículos vermelhos com paineis digitais, as mulheres ocupam a parte da frente. Nos modelos mais antigos, a disposição é oposta. Nos últimos anos, a segregação ficou mais light. Uma mulher acompanhada de um homem pode ficar na ala masculina. Mas no dia em que inventei de me sentar na parte feminina, duas mulheres se levantaram e desceram.

Iranianos aguardam em área especifica para embarcar em ônibus do transporte público de Teerã (Foto: Apu Gomes/Folhapress)

O metro impressiona pela limpeza e boa sinalização – em farsi e inglês. Mesmo preço do ônibus, aproximadamente. Há quarto linhas urbanas, mas elas são incrivelmente longas. Ruim mesmo, só a lotação. Ao menos 2 milhões de passageiros por dia. É menos que os 3,4 milhões de São Paulo, mas o suficiente para tornar a experiência potencialmente desagradável. Mulheres têm vagões exclusivos.
O resultado é um sistema de transporte público que, apesar das falhas, consegue dar conta do recado de maneira barata e eficiente.

É por essas e outras que jamais pensei em ter carro em Teerã. Os grã finos (iranianos e gringos) com quem esbarro de vez em quando não entendem como eu, um estrangeiro “respeitável”, me disponho a encarar o coletivo. “Ônibus? Você anda de ônibus?”, engasgou-se um diplomata europeu durante um coquetel, ao me ouvir conversando com outro diplomata – que, por sinal, anda de ônibus, como eu.

O lado sombrio da história é a mão pesada das autoridades, que mantêm sob seu controle tudo que envolve o transporte público, inclusive eventuais lucros. Ai de quem fizer greve. Sindicalistas são constantemente monitorados pelo aparato de segurança. Protestar por melhores condições pode levar à cadeia.

About Samy Adghirni

Samy Adghirni, 34, é correspondente da Folha no Irã. Está no jornal desde o fim de 2007. Cobriu as revoltas árabes no Egito, na Tunísia, na Líbia e na Síria e fez reportagens no Iraque, Iêmen, Síria, Cisjordânia, faixa de Gaza, Turquia, Marrocos, República Dominicana, Equador, Argentina, EUA, Suécia, Bélgica e Finlândia, entre outros países. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Stendhal de Grenoble (França) em 2001 e trabalhou em Paris para as rádios BFM e Radio France Internationale. Em Brasília, foi setorista de Itamaraty e colunista musical pelo "Correio Braziliense" e colaborador da agência France Presse.
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Comentários

  1. Ulisses comentou em 24/06/14 at 1:38

    No embalo, há seguro para automóveis aí?
    Caros?
    No contexto, há seguro de vida e predial, contra incêndios, por exemplo?

    • Samy Adghirni comentou em 24/06/14 at 1:49

      Mais uma vez, por que não haveria? O Irã é um país razoavelmente próspero e desenvolvido, com instituições sólidas e sociedade com bons níveis de instrução. Em muitos aspectos, a vida dos iranianos não é tão diferente da nossa.

      • Salomão comentou em 25/06/14 at 12:50

        Estes países, Azerbaijão e Turcomenistão, fazem divisa com o Irã.
        Há muita relação entre estes dois países?
        A religião por lá tem a mesma força política?
        Existem grupos lá que tentam ‘exportar’ a Revolução Islâmica para lá?

        • Salomão comentou em 25/06/14 at 12:56

          Nas cidade que fazem fronteira com o Irã, as pessoas atravessam de um lado para o outro como em Foz do Iguaçu e Uruguaiana?

          Verdade que mulheres não podem viajar para fora do Irã sem a companhia de um homem?

          • Samy Adghirni comentou em 25/06/14 at 17:30

            Salomão, em Foz do Iguaçu e Uruguaiana as pessoas atravessam porque existem acordos entre os países no âmbito do Mercosul. O Irã não tem nada nessa linha. As fronteiras do Irã são seladas e, tirando cidadãos de alguns países, todo mundo precisa de visto. Não é verdade que as mulheres não podem sair do país sem a companhia de um homem. Dito isso, maridos têm, caso queiram, a possibilidade de incluir uma menção no passaporte da esposa estipulando que ela só pode sair do país com sua permissão. A maioria dos casais, porém, dispensa tal medida.

        • Samy Adghirni comentou em 25/06/14 at 17:32

          A relação com o Azerbaijão é tensa por causa dos laços íntimos deste país com Israel. A religião é forte no Azerbaijão, são xiitas próximos do islã predominante no Irã, mas o governo é laico. Como o Turcomenistão, laços são cordiais. Ninguém mais, nem o próprio Irã, acredita na viabilidade de exportar tal qual o modelo de Revolução Islâmica de 1979.

          • Salomão comentou em 26/06/14 at 19:24

            Mulheres solteiras podem viajar sozinhas, tirar passaporte, visto, etc?

            Nestes dois países, Azerbaijão e Turcomenistão, você já esteve lá?
            Usa-se o véu obrigatoriamente ou os costumes são mais liberais para as mulheres?

          • Samy Adghirni comentou em 27/06/14 at 4:27

            Sim, claro, mulheres solteiras podem tirar passaporte/visto e viajar sozinhas, inclusive ao exterior. Nunca estive nos dois países que você menciona. A questão do véu é complexa. O Irã é o único país do mundo onde a lei obriga o uso do véu. Mas a sociedade é razoavelmente liberal, e eu tenho certeza que a maior parte das mulheres deixaria de usar caso se tornasse facultativo. No Paquistão, no Iraque ou até no Egito, a lei não impõe o uso do véu, mas a maior parte das mulheres andam cobertas, já que as sociedades têm perfil mais conservador. Ou seja que há dois tipos de pressão – a da lei, como no Irã, e a da sociedade, como em muitos outros países.

  2. Felipe comentou em 23/06/14 at 19:26

    Samy, desculpe se você já escreveu sobre isso antes. Mas como é a questão da prostituição no Irã? As autoridades reprimem sempre ou fazem vista grossa?

    • Samy Adghirni comentou em 25/06/14 at 5:08

      Felipe, a prostituição é proibida, mas bastante comum. Em Teerã, estudantes e meninas de classe média fazem programa para satisfazer desejos consumistas. Há, ainda, profissionais, disponíveis no Facebook e nas ruas. Dito isso, existe uma prostituição “legalizada”, feita por meio so sigheh, contrato que é um tipo casamento com data para acabar – de algumas horas a vários anos.

  3. Paulo Otavio comentou em 23/06/14 at 15:12

    O uso do véu é obrigatório por lei.
    Uma lei que mudasse isto também seria lei.
    Da mesma forma a separação entre homens e mulheres.
    Lei novas e opostas às atuais seriam respeitadas pois são leis?
    Ou grupos se recusariam a aceitar por questões de fanatismo religioso?

    • Samy Adghirni comentou em 23/06/14 at 19:20

      O problema, Paulo Otavio, é que o Irã tem governo conservador e população relativamente liberal, ao menos para os padrões da região. Não tenho dúvidas de que a maior parte dos iranianos querem leis mais flexíveis. E mesmo os que não querem não fazem proselitismo agressivo. O Irã não é muito de ter fanáticos violentos, como o Afeganistão, o Paquistão ou até Egito. O problema é o regime ideológico que impõe sua questionável interpretação do Corão.

      • Ulisses comentou em 24/06/14 at 1:36

        Para dirigir no Irã precisa ser habilitado legalmente?
        Tem idade mínima?
        Difícil conseguir habilitação?
        Há fiscalização sobre motoristas e trânsito em geral?

        • Samy Adghirni comentou em 24/06/14 at 1:47

          Claro, Ulisses, por que não haveria? Precisa de habilitação, e a idade mínima é 18 anos. O trânsito é caótico e há quem que o carro é um dos um únicos espaços de liberdade para os iranianos – o governo sabe disso e faz vista grossa, reza a lenda. Dito isso, há cada vez mais radares e controles. Os policiais andam com maquininha de cartão de crédito para o pagamentos das multas.

  4. Minotauro comentou em 21/06/14 at 22:37

    Existem boas praias no Mar Caspio do Irã? Qual a distância de Teerã? Muito frequentadas? Qual epoca? Boa estrutura? Há praias mistas?

    • Samy Adghirni comentou em 22/06/14 at 9:21

      Minotauro, as praias do mar Cáspio ficam perto de Teerã – duas horas em tempo normal, até oito durante férias e feriados. Para tomar banho de mar, só de maio a outubro, o resto do ano é frio demais. A estrutura é boa e o local é lindo com sua vegetação verdejante, mas as praias enchem demais. Praias mistas são vetadas por lei. Mas é possível driblar a repressão nas praias do litoral sul, especialmente na ilha de Qeshm, uma das mais lindas do golfo Pérsico. Natureza bruta e sossego.

      • Minotauro comentou em 22/06/14 at 16:11

        Fala-se em criar areas tambem mistas? Para iranianos, ou entao para turistas?
        Por que nao criar algumas areas mistas e vai quem quiser?

        • Minotauro comentou em 22/06/14 at 16:12

          Ah, vc esta no Iraque. La ha praias frequntadas, mistas e com boa estrutura?

          • Samy Adghirni comentou em 22/06/14 at 19:00

            Estou no Iraque por uns dias. Aqui nada tem estrutura, muito menos estrutura de diversão. O país é puro caos e violência, com exceção da Província autônoma do Curdistão, bastante segura.

        • Samy Adghirni comentou em 22/06/14 at 19:03

          Sem chance, na minha opinião. Trata-se de um regime ideológico, e regimes ideológicos se importam muito mais com símbolos do que com boas ideias que agradem as pessoas. Coisas como a imposição do véu obrigatório e a segregação por gênero são sinais onipresentes do poder do Estado. Isso só muda se um dia o regime cair – este dia está longe, me parece.

          • Deise comentou em 22/06/14 at 23:21

            Interessante os comentários.
            Três estruturas (áreas masculinas, áreas femininas e áreas mistas) não agradaria a todos?
            Ninguém seria obrigado a fazer o que não deseja.
            Se as áreas mistas prevalecerem, então terão mais espaços.
            Do contrário, deixa-se uma pequena área mista, para homens e mulheres.
            Em tudo por aí, não somente nas praias.
            Na imprensa, no parlamento, nas ruas, fala-se nisto?

          • Samy Adghirni comentou em 23/06/14 at 10:20

            Deise, como venho escrevendo, esta ideia não é nem sequer cogitada.

  5. Marco Aurelio comentou em 19/06/14 at 14:39

    Em setembro estou chegando no Iran para passar 16 dias das minhas férias… E boa parte desta minha animação quanto a visitar este lado do Oriente Medio são as matérias sobre o Iran. Visito o Oriente Medio há mais de 4 anos, sempre em campos de conflito, inclusive saiu na semana passada meia pagina de caderno de turismo aqui da Folha sobre estas minhas viagens… Você inclusive já me ajudou muito com muitas informações. Você sabe se o Iran tem fronteira aberta com o Afeganistão? Eu gostaria de conhecer pelo menos essa cidade de fronteira dos dois lados… Foi super importante para mim essa informação sobre os taxis.. provavelmente eu irei pegar muitos… Prefiro os comunitários para interagir com as pessoas locais… Parabéns e obrigado

    • Samy Adghirni comentou em 19/06/14 at 17:41

      Sim, Marco Aurélio, o Irã tem fronteira com o Afeganistão. A cidade mais próxima é Mashhad, um importante santuário xiita. Como estrangeiro, você está vetado de ir além de Mashhad, pois a fronteira é uma região sensível – narcotráfico, gangues, terrorismo. Dito isso, quem sabe você não dá uma passada em Herat, a cidade mais segura do Afeganistão?
      http://www1.folha.uol.com.br/turismo/1163293-herat-e-oasis-de-tranquilidade-em-meio-a-violencia-do-afeganistao.shtml

  6. Heitor comentou em 18/06/14 at 21:16

    Sami, por que não posta sobre o que está havendo no Iraque? Quero muito saber como o povo iraniano está lidando com isso..

    Parece que o Irã agora quer negociar a ajuda no vizinho juntamente com o acordo nuclear, isso não está sendo o assunto majoritários nessas bandas persas?

    Abraço.

    • Samy Adghirni comentou em 19/06/14 at 4:50

      Heitor, já estou no Iraque. Minhas reportagens estão na versão impressa da Folha a partir de hoje, quinta-feira.

  7. Mohamed comentou em 18/06/14 at 12:56

    Vi esta entrevista sobre Irã, interessante.
    Você acredita que Rowani irá, a certo tempo, confrontar-se com o lider supremo?
    ——–
    Na entrevista se afirma que Rowani, apesar de democrata, é conservador, não quer tirar ao Aiatolás do poder. Que acha?
    ——–
    O entrevistado vive ou não no Irã, não vi na notícia.
    Isto faz muita diferença no diagnóstico dele?

    • Samy Adghirni comentou em 18/06/14 at 19:02

      Mohamed, é evidente que Rowhani não quer tirar os aiatolás do poder. Ele mesmo é religioso e um puro produto da república islâmica. Ingenuidade achar que alguém anti-sistema seria autorizado a ganhar poder dentro do mesmo sistema. O entrevistado vive fora do Irã há muitos anos.

  8. Eleandro Fogaça comentou em 17/06/14 at 22:28

    Grande Samir, sempre boas matérias! Logo nos veremos por aí novamente amigo…

  9. giselle comentou em 17/06/14 at 18:24

    Não é um pouco, diria, imprudente afirmar que ônibus funcionam melhor que no Brasil? Afinal, existe um funcionamento padrão por aqui? Talvez seja uma comparação de cidade com cidade. Os ônibus de SP são piores ou melhores que Teerã? Ou, os ônibus da periferia de SP são melhores ou piores que o das periferias de Teerã?

    • Samy Adghirni comentou em 20/06/14 at 12:32

      Giselle, falo da avaliação geral, levando em conta serviço prestado, eficiência e preço. No Brasil às vezes se paga o equivalente a 1 euro por uma passagem de ônibus (preço europeu) e o que se obtém em troca é um serviço deficiente.

  10. Luis Paulino comentou em 17/06/14 at 17:22

    A vida no Ira nao é tao ruim como as pessoas pensam… Além de muito hospitaleiros e com uma cultura riquíssima, eles tem um país lindo!

  11. Marcelo comentou em 17/06/14 at 13:08

    Estas duas mulheres que estranharam sua presença são o geral, ou é o contrário: elas de forma geral não se importam em ficar nos mesmos ambientes masculinos?
    Há conversar sobre acabar com esta segregação obrigatória de gêneros no Irã, e tornar facultativa.
    Ou seja, deixar ambientes misturados e segregados.
    As pessoas que o escolham.

    • Samy Adghirni comentou em 17/06/14 at 17:14

      Marcelo, a atitude das mulheres me surpreendeu. A maioria não se importaria, acho. Não há debate sobre o fim da segregação.

      • Marcelo comentou em 18/06/14 at 12:29

        Levantar a possibilidade de vagões de metrô e cinemas com três opções: mistos, masculinos e femininos. A escolha seria do indivíduo.
        Caso um jornalista publicasse neste sentido em jornal, teria liberdade de expressão para tanto?
        E o presidente ou um parlamentar, se levantasse este questionamento, seria considerado parte do jogo democrático?

        • Samy Adghirni comentou em 18/06/14 at 19:04

          Marcelo, Rowhani já começa a se posicionar em favor de uma lei para permitir acesso das mulheres aos estádios. Jornalistas podem publicar muita coisa, desde que o timing seja “apropriado.” Uma matéria que hoje levaria à cadeia pode passar incólume amanhã.

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