Bater no próprio corpo até sangrar
14/11/13 19:22Por Samy Adghirni
Quando criança, me impressionava ver pela televisão imagens dos rituais xiitas de autoflagelo. Hoje, pela primeira vez, presenciei uma dessas cerimônias, ao vivo e a cores, acompanhado do repórter fotográfico da Folha Apu Gomes, que conseguiu captar, em imagens excepcionais, a intensidade do momento. As cenas foram registradas num bairro popular ao sul de Teerã.
O autoflagelo, que consiste em jogar os braços sobre o próprio peito, bater com as mãos na cabeça ou chicotear as costas até cortar a carne, ocorre durante a Ashura, o feriado que comemora o martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé. Imã é o título dado pelos xiitas aos santos que descendem do profeta.
Hussein, sua família e seus companheiros foram dizimados por uma facção islâmica inimiga, no ano de 680, em meio a disputas para comandar os crentes após a morte de Maomé. O extermínio foi lento e atroz. Primeiro, a turma de Hussein ficou encurralada, sem água, agonizando no deserto. Depois, foram decapitados e queimados. Mulheres e crianças juntos.
Tudo isso ocorreu após a batalha de Karbala, cidade situada no atual Iraque. Foi um dos eventos que contribuíram para rachar o islã entre suas duas principais correntes. De um lado, sunitas, partidários da sucessão a Maomé em função do mérito espiritual e adeptos de uma teologia mais ortodoxa. Do outro, xiitas, defensores de uma transmissão por laços de sangue e seguidores de uma doutrina mais mística e cheia de símbolos. O festival de Ashura é ao mesmo tempo uma homenagem ao imã Hussein e uma maneira de os xiitas compartilharem parte de sua dor.
Já faz algum tempo que o governo iraniano baniu o autoflagelo com facão, que passava ao mundo imagem insana. Xiitas no vizinho Paquistão ainda recorrem à prática extrema. No Irã, o mais comum é ver, ao som de cânticos de lamurio, aglomerações de pessoas batendo suavemente no peito, num ritual simbólico, sem machucar. Mas também ocorrem cerimônias, como a que vimos, nas quais homens sem camisa jogando braços para o alto antes de projetá-los com força contra o peito em ritmo sincronizado, gerando um enorme bumbo linear que espalha pelo ambiente uma sensação de transe. Também ocorre ocasionalmente o autoflagelo nas costas com chicote ou correntes de metal, que pode levar ao sangramento.
A cerimônia que Apu e eu presenciamos durou mais de uma hora. Uma loucura para padrões ocidentais. Mas é difícil não se comover com a entrega absoluta à fé e o sentido de sacrifício.
Passados alguns minutos dentro do calor da mesquita abarrotada de gente, a sensação é de quase hipnose diante do barulho das compassadas batidas corporais. Ao final, centenas de homens com o peito vermelho de tanta pancada, alguns aos prantos, formaram fila para receber um prato de comida oferecido pela mesquita. Ricos empresários ou jovens desempregados, todas as classes sociais estavam representadas. Mulheres também fazem ritual de autoflagelo numa área reservada à qual não tivemos acesso.
Momentos antes, assistimos a uma encenação na qual atores vestidos de umíadas (dinastia islâmica vista como carrasca pelos xiitas) batiam em crianças que representavam filhos de Hussein e de seus aliados. Algumas pancadas eram de mentirinha, outras assustaram a molecada.
A experiência foi um banho de exotismo, mesmo para quem, como eu, mora há dois anos no Irã. Sim, o país é uma teocracia xiita e escancara por toda parte a predominância da religião na gestão da coisa pública.
Mas Teerã é uma metrópole moderna que tem várias facetas bem mais próximas do nosso estilo de vida do que se possa imaginar. O bairro onde vivo se parece com muitos lugares no Ocidente, não fosse pelas mulheres com cabelo coberto e pelas placas de sinalização em farsi –e inglês. A celebração de Ashura foi um mergulho na psique espiritual iraniana.
Parabéns novamente Samy, belas fotos!!
Obrigado, Kalime. Lembrando que as fotos não são minhas, mas do repórter fotográfico Apu Gomes.
Obrigado Kalime.
Olá Samy! Sou iraniano de Mashhad e moro no Rio de Janeiro há dois anos. Sou muçulmano e afirmo, pela minha experiência, que este tipo de Ashura não é o mais comum no Irã; apenas grupos mais radicais o praticam desta forma agressiva. Em geral, o Ashura é simbólico e não machuca fisicamente. Este vídeo ilustra bem o que acontece normalmente (exemplo da cidade Ardabil)
http://youtu.be/GnOLGvYcoFs
Abraço, Hamed.
Hamed, de fato, o autoflagelo para machucar não é padrão, mas existe em vários lugares e é acompanhado por muita gente. Um amigo me mostrou vídeos que ele gravou na semana passada em cerimônias privadas na periferia de Teerã nas quais os fieis batem com facão na própria cabeça até correr sangue.
Pessoal não entendo por que alguns leitores não aceitam que há rituais de autoflagelo no irã que provocam ferimentos. Uma das fotos que o Samy exibe mostra CLARAMENTE as costas de um jovem toda marcada de açoites e marcas de sangue. E tem mais, qual o problema de haver sangue em alguns rituais? Auto-flagelos que resultam em sangramentos em rituais religiosos são super comuns, inclusive no catolicismo e em diversas religiões de todos os continentes. A Ashura com sangue ou sem sangue é um ritual expiatório que tem grande beleza estética, respeito e admiro como qualquer outro ritual religioso.
Bela demonstração de fé.
Ótima reportagem, Samy. Mas a minha pergunta não tem muito a ver com o post. Por que a Arábia Saudita não apoiava a Irmandade Muçulmana no Egito(agora apoia a junta militar)? Às vezes a impressão que me dá é que a monarquia saudita não quer que absolutamente nada mude na região, isso procede?
Matheus, a Arábia Saudita tem pavor da Irmandade Muçulmana por temer que seu sucesso inspire movimentos políticos semelhantes na sociedade saudita. A Arábia Saudita acha que os americanos abandonaram covardemente os regimes de Mubarak e Ben Ali. E, agora, sauditas temem um fortalecimento do Irã, que tem tudo para voltar a ser aliado dos EUA na região. Como você diz, não querem mudança alguma na região.
Obrigado pela resposta 😉
Outra questão que sempre me pergunto é referente à relação entre Israel e Irã. Uma das razões para este establishment político/religioso ser tão odioso são as ameaças de que os judeus tem de ser “varridos” da face da terra. Ok, há razões bastante para os dois países terem muitas animosidades (Israel quer o fim do Hamas, vive em constante crise com o Hezbollah e é um aliado-chave dos EUA), mas ameaçar outro povo com extinção é uma coisa extremamente séria. Sinceramente, esta solidariedade dos iranianos (persas xiitas) para com os palestinos (árabes sunitas) soa como patético. Não seria Israel um bode expiatório para o Irã? É possível paz e estabilidade do Oriente Médio sem a troca deste nefasto regime no Irã?
A coisa é mais complexa, Matheus. Embora alguns dirigentes iranianos sejam antissemitas, a política de Teerã é anti-Israel, não antijudeus. O Irã considera Israel um Estado ilegítimo e defende o seu desaparecimento. Mas iranianos nunca disseram que fariam algo para causar esse desaparecimento. Pode parecer preciosismo, mas a natureza do recado iraniano é importante de se entender. Na visão iraniana, Israel é uma entidade fadada ao colapso naturalmente, como foi a União Soviética. Além disso, lembre-se que Israel apoiou o Irã de Khomeini na guerra contra o Iraque. O pesquisador e analista americano-iraniano Trita Parsi escreveu um livro sobre o jogo dúbio entre iranianos e israelenses nos anos 1980. Há quem diga, ainda, que Israel está tão apavorado com o ensaio de reaproximação EUA-Irã por temer perder a posição de parceiro número um na região. Afinal, essa posição era ocupada pelo Irã até 1979, e alguns analistas dizem que Teerã tem, ao menos em tese, muito mais a oferecer do que Israel (recursos, mercado interno, alcance regional etc). O extremismo religioso de alguns setores não representa um obstáculo em si, já que Washington apoia a Arábia Saudita, o país islâmico mais radical em todo o mundo.
Samy,pelo que me consta o Irã não defende o desaparecimento de Israel mas sim o combate a política sionista de usurpação e agressão na região o que entendo serem coisas bem distintas.
Moisés, há controvérsia em relação à tradução das declarações de dirigentes iranianos anti-Israel. Mas Ahmadinejad e o próprio líder supremo já defenderam publicamente a ideia de que Israel deve desaparecer da face da terra.
Samy,” Israel está tão apavorado com o ensaio de reaproximação EUA-Irã por temer perder a posição de parceiro número um na região”.
Nunca esta percepção esteve tão alinhado com a verdade.Não somente a parceria mas o temor ,vamos dizer um tanto Narcisista,de ter de dividir os holofotes do poder regional com uma força política,militar e econômica que quer ser reconhecida como tal e toda a política de demonização de Israel sobre os inimigos que faz espero que desta vêz não vinge até mesmo para o próprio bem dela que poderá angariar muito mais dividendos que ela possa imaginar.
Sim, apoiou o Irã na guerra contra o Iraque porque em 1981 bombardeou instalações nucleares deste último. Se este discurso que nega a existência de Israel continuar, as coisas vão ficar cada vez mais difíceis e polarizadas; como pode-se ver na própria política doméstica de Israel. Enquanto este ator fundamental não for reconhecido e respeitado por todos os países que o cercam, se torna ridículo falar que Israel tem uma “política sionista de usurpação e agressão na região”.
Matheus,o assunto é longo mas cito alguns dados pra vc pensar:
-Em 1969 Arafat proprôs a solução de um Estado democrático e pluralista, que incluísse todos os palestinos – fossem eles judeus, muçulmanos ou cristãos – em bases paritárias.Israel ignorou.
-A segunda proposta foi em 1974, quando o Conselho Nacional Palestino declarou formalmente que estavam prontos para viver num Estado independente, instalado em qualquer porção do território palestino liberado ou devolvido por Israel. Também foi rejeitada.
-Arafat em 1989 reconhece o direito de Israel “existir em paz e em segurança” e condena “o terrorismo sob todas as suas formas”.
-Em 2002 a Liga Árabe propõe o reconhecimento conjunto de Israel nas fronteiras de 67.O plano de paz estipula ainda “uma regulamentação justa do problema dos refugiados palestinianos conforme a resolução 194 da Assembleia Geral da ONU”.Ignorada por Israel.
-Em 2005 a Liga Árabe ratifica a proposta ignorada de novo.
Como vê a contra informação tem se encarregado de ignorar fatos em favor de retóricas de árabes selvagens,terroristas ,etc…
Mesmo que tudo isso não houvesse ocorrido um único fato injustificável sobre todos os aspectos e que contraria todas as leis internacionais,que são os assentamentos, mostra por si só que este player importante na região quer ser reconhecida pela força da subjugação e não do respeito mútuo.
O acordo que Yasser Arafat recusou em Camp David em 2000 deixou clara a postura de boa parte das lideranças palestinas. Israel cedeu em praticamente todas as demandas, inclusive a de um Estado Palestino com a capital em Jerusalém, o controle do Monte do Templo, a devolução de aproximadamente 95% da margem ocidental e toda a Faixa de Gaza, e um pacote de compensação de US$ 30 bilhões para os refugiados de 1948.
O príncipe saudita Bandar exortou Arafat a aceitar a oferta, afirmando que rejeitá-la seria um crime. Arafat, entretanto, escolheu o crime, pois seu terrorismo dependia da manutenção do “bode expiatório”. A paz simplesmente não era do interesse das lideranças palestinas, ligadas a grupos radicais.
Tenho pena de Israel, de um lado tem de lidar com o fanatismo e violência do Hamas; de outro, com a cleptocracia do Fatah.
Matheus,a proposta de Camp David foi uma farsa e transcrevo aqui um post meu a respeito no Blog do Diogo:”Pelo que consta em Camp David foi marcado por posicionamentos vacilantes e de muita desconfiança de ambas as partes sendo que a proposta feita foi de 91% das terras ocupadas.A negativa de Arafat fez com que recebesse duras críticas de seus algozes como tendo sido o único culpado pelo não acordo o que é uma tremenda de uma injustiça.
Em uma análise superficial essa troca de terra por paz parece atentadora,mas uma análise mais detalhada da proposta observa-se que uma questão básica chamada soberania e autodeterminação não estavam garantidos,ou seja,não poderia ter soberania do seu espaço aéreo,nem um corpo militar e pelo menos uma estrada de controle israelense que corta leste-oeste da Cisjordânia em uma situação de declaração de estado de emergência os palestinos não poderiam transitar por ela dentre outras coisas.Talvez seja por isso que Ami Ayalon ex-chefe do Shin Bet declarou após o fracasso de Camp David:
” Barak had arrived unprepared and hectored Arafat, instead of negotiating with him. Ayalon also claims that the Intifada was not planned by Arafat”
Fico imaginando Arafat anunciando ao seu povo o excelente negócio.
Logo,a visita de Sharon à mesquita Al-Aqsa(que foi uma provocação gratuita sim)ocorreu em setembro de 2000 e caso Arafat quisesse usá-lo de pretexto pra não negociar não teria proposto uma nova rodada de negociação em Taba janeiro de 2001 onde os analistas reconheceram um desejo genuíno de ambos de chegarem a um acordo quando então propôs-se 94% das terras ocupadas mais 3% das terras de Israel a serem definidas perfazendo um total de 97% mantendo a questão da soberania em aberto a ser discutido em futuros encontros que nunca houveram pois que Clinton já não era mais presidente e Bush assim como Sharon que estava prestes a ganhar as eleições em Israel não mostravam nenhuma disposição pra avalisar qualquer acordo de paz.
Quanto a Rabin é digno de respeito por após ter sido um algoz dos palestinos ter tido a humildade e sensibilidade de fazer um mea culpa digno de valor próprio de um sábio e que por isso pagou com a própria vida em um Estado que ainda não está preparado pra pagar o preço pela paz.
O sionismo enquanto defesa da existência do Estado de Israel é fato consumado mas o modus operandi com que os líderes sionistas tem utilizado para isso tem sido o maior responsável pelos conflitos na região.No dia que seus defensores perceberem que a segurança em conflitos nunca é uma condição e sim uma consequência da paz adquirida de maneira equilibrada segundo os parâmetros de justiça das Nações Unidas então a paz que vc e todos nós almejamos será atingida. “
Acrescentando:Se Israel cumprisse com as leis internacionais no que se refere as fronteiras de 67 não precisaria ter que se preocupar com o de fato fanatismo e violência do Hamas( e traíras também)e com a cleptocracia do Fatah apurrinhando-o e teria ainda a comunidade internacional do seu lado.
Poi isso vislumbrar conciliação é praticamente impossível. Estes velhos argumentos maniqueístas de que Israel é o invasor, o mau, o algoz e os pobres palestinos são as vítimas só servem para ofuscar o fato de que praticamente todos os dias foguetes são lançados à Israel pelo Hamas e outras dezenas de grupos jihadistas. Por competência própria, a nação judaica consegue se defender; quanto a isto não há ONG’s internacionais vociferando nem resoluções da ONU condenando. Teu argumento de que o Hamas existe e atua só por que Israel se recusa (justamente) a negociar com base nas fronteiras anteriores à 67 é oportunista e ridículo. Este tipo de organização terrorista existiria de qualquer forma.
O que Israel deve fazer, defender a construção de um futuro estado palestino perfeitamente armado para num futuro próximo cair nas mãos de Hamas e caterva? Risadas?
Tua ignorância ficou evidente desde o primeiro comentário, quando demonstrou que não tem consciência que o governo iraniano defende sim a destruição de Israel e seu povo. É uma falta de respeito e canalhice tremendas tratar uma questão tão séria e preocupante como simples “combate a política sionista de usurpação e agressão”.
Daqui a pouco só falta você defender que o Irã tenha armas nucleares e dizer os EUA são os culpados por todas as mazelas humanas; é sempre a mesma história.
E a tua ignorância ficou evidente a começar pelo seu posicionamento corporativo digno da hasbara incapaz de tecer um pensamento crítico imparcial.Quanto a isso,infelizmente,não há nada que eu possa fazer.
Quem quer falar de imparcialidade, você? Quem desde o começo veio com críticas clichês de que Israel é malvado, invasor e blá blá de sempre?
Repetindo: Ao fato de que praticamente todos os dias foguetes são lançados à Israel pelo Hamas e outras dezenas de grupos jihadistas e à isto não há ONG’s internacionais vociferando nem resoluções da ONU condenando, “infelizmente,não há nada que você possa fazer.”
Lembrando o fato de que em 1948 quando da criação do estado moderno judeu, se os países vizinhos não tivessem declarado guerra imediatamente e outras dezenas de ataques ao ínfimo território israelense não tivessem sido feitos, provavelmente hoje haveria paz e a existência do tão reivindicado estado palestino; “Quanto a isso,infelizmente,não há nada que você possa fazer.”
Temos percepções diferentes sobre o assunto e isso é saudável desde que respeitamos e na melhor da hipótese procuramos nos colocar no lugar do outro.
Isso posto:
-Vc falou sobre a necessidade de reconhecimento do Estado de Israel e eu expus fatos históricos dessa ocorrência.
-Vc falou sobre a proposta de Camp David e eu expus registros históricos que contrapóe o que vc disse.
-Vc fala de clichês contra Israel e eu da hasbara que a coloca como vítima eterna tendo as armas mais letais do mundo sem serem submetidas as leis internacionais e com o benção da ONU que vc tanto critica.
-Vc demoniza o Irã e muitos perguntam pq essa birra e eu falo do jornalista Scott Peterson considerado um dos maiores especialistas do Ocidente nos assuntos relacionados ao Irã que em seu best-seller “Let the Swords Encircle Me” em uma de suas passagens ele diz que:
“Nos anos após a Revolução Iraniana em 1979 Israel não deu importância aos desenvolvimentos no Irã,mas isso mudou com a queda da União Soviética em 1991.Visto que, a sua estratégia de focar sobre os países árabes alinhados com os soviéticos estava perdendo sua importância após a guerra fria ,Israel lançou uma campanha em 1992 para convencer os US que uma ameaça nova e mais perigosa tinha emergido do Irã “.
-Vc fala dos ataques do Hamas e eu digo que toda ação corresponde a uma reação e aí de forma oportuna vc menciona 1948 que baseado na sua visão daria razão a algumas de suas percepções mas levando em conta os fatos históricos e aquilo que é o mais grave de tudo que são os assentamentos condenados até mesmo por alguns sionistas ferrenhos torna crível a Naqba(massacre dos palestinos)em 1947 que foi uma declaração de guerra premeditada contra os Árabes que se não aceitaram a partilha muito menos os sionistas ávidos por mais terras e isto está registrado em documentos revelados pelo revisionismo que vc obviamente deve negar.
Enfim,desde que o mundo é mundo sempre houve e haverá o opressor e o oprimido.Se alguém tem dúvida de quem é quem nesse caso, eu com certeza não!!
Quando foi que eu demonizei o Irã? Cara, odeio que coloquem palavras na minha boca; não faça uso deste deplorável recurso.
É evidente que o Irã foi e é uma civilização espetacular, com contribuições inquestionáveis à humanidade. Quem em sã consciência pode negar que o Irã é uma importantíssima potência regional?
O único (repito:ÚNICO!!!) ponto que mencionei foram as ameaças à existência de Israel, só. Mas a tua visão dicotômica te impede de ver uma coisa tão hedionda. Que pena.
Lava o rosto com água bem gelada e acorda!!! O mundo é bem mais complexo do que você supõe.
Quanto ao Hamas, minhas mais sinceras felicitações. É o teu tipo de discurso que dá legitimidade ao modo destes grupos agirem. Na hora de atacar, usam pessoas comuns; quando vem a retaliação israelense, usam novamente pessoas comuns como escudo. Tenho pena, muita pena de quem se julga estar com a razão e dá trânsito pro terrorismo.
Nunca nada me impediu de criticar Israel e suas ações; porque pra mim, as coisas não são tão simples. Ao contrário de ti, onde a cegueira ideológica impede de ver o óbvio.
Abraços.
PREZADO SAMI
VAMOS AO SIGNIFICADO DO AUTOFLAGELO:
Autoflagelação é o ato de causar flagelo (dor) a si mesmo, de se castigar fisicamente.
PARTINDO DESSA EXPLICAÇAO NAO SE APLICA AO ANUNCIADO DA MATERIA A PALAVRA AUTOFLAGELO POIS NA ASHURA NO IRÃ COMO VC VIU OS CORPOS NAO SAO MACHUCADOS DE FORMA ALGUMA ENTAO NAO HAVENDO O SANGRAMENTO NAO PODE SER CONSIDERADO AUTOFLAGELO. FAVOR CORRIGIR O TERMO PARA CERIMONIAS DE PESAR POIS UM OU OUTRO CASO ISOLADO SE HOUVER NAO SIMBOLIZA A MAIORIA SAMY MESMOPORQUE TODOS OS JURISPRUDENTES JA A PROIBIRAM NO XIISMO.
Gamal, há sangramento e ferimentos físicos, sim. Em algumas cerimônias em Teerã fiéis ainda recorrem ao facão, embora a prática tenha sido proibida.
PREZADO SAMI :
UM OU OUTRO CASO ISOLADO QUE VOCE DEVA TER VISTO AI NAO JUSTIFICA O TITULO DA MATÉRIA POIS NAO DA PRATICA DE MAIORIA . SEJAMOS JUSTOS NAS PUBLICAÇOES DE INFORMAÇOES SEMPRE.
Gamal, não se trata de casos isolados. Moro no Irã há dois anos, e sei do que estou falando.
Ótimo texto! A sua coluna é imperdível. Dizem que a peregrinação a Kerbala é uma coisa impressionante na época da Ashura. Tenho muita vontade de conhecer a cidade, óbvio que não durante a Ashura. Em fotos, os dois santuários parecem ser magníficos. Infelizmente, o Iraque está off limits.
Embora possa chocar algumas pessoas, o autoflagelo é uma prática comum a diversas religiões, inclusive as cristãs. A Ashura parece muito branda se comparada as crucificações que os católicos filipinos fazem no período da Páscoa, cravando pregos nas mãos e nos pés e deixando crucificar em enormes cruzes de madeira. Discordo do leitor José do Santos quando diz que acha “melhor fazer o bem aos outros do que o mal a si mesmo”. Os fiéis não crêem que estão fazendo mal a si mesmos, ao contrário, vêm no autoflagelo uma forma de elevação espiritual da pessoa e uma demonstração profunda de fé e reconhecimento do sangue derramado dos mártires.
Samy, quando fiz turismo pelo Irã, soube que a Ashura deles é como a Semana Santa dos católicos. Talvez seja coincidência, mas na Espanha e no México (esse não sei com certeza), tem umas cerimônias de auto-flagelação no meio da rua, em procissão. Naquele livro, Código Da Vinci também se fala que o pessoal da Opus Dei tem uns troços de silício que fura a pele e que é para sofrer parecido com Jesus Cristo. Os índios brasileiros usam um rito de passagem de deixar formigas terríveis morderem suas mãos presas num pote de barro. Parece que isso é mais comum do que a gente pensa. Aliás, tem gente que sobe a Penha de joelhos. Eu não concordo com nada disso. Acho melhor fazer o bem aos outros do que o mal a si mesmo. Ótimo texto.
É verdade José, diversos povos de diversas religiões possuem rituais de expiação como a Ashura. Para mim o mais chocante são os rituais de crucificação de fiéis católicos nas Filipinas. Só discordo de você quando diz que “não concorda com nada disso” pois acha melhor “fazer o bem aos outros do que mal a si mesmo”. Veja, quem participa desses rituais não considera que está fazendo mal a si mesmo, ao contrário, acredita que o sofrimento auto-infligido é, na verdade, uma forma de elevação espiritual e de agradecimento às divindades.
Parabéns Samy pelas belas fotos e texto.
Fernando, não sabia dessa crucificação nas Filipinas. É verdade, as pessoas que se maltratam fisicamente, acreditam que religiosamente estão fazendo um bem e que tudo compensa. É o caso também da circuncisão, que além de tudo diminui o prazer sexual, mas quem faz acredita que é o certo e eu não discuto esses aspectos religiosos. Mas em termos de Medicina, em todas essas situações o corpo está sendo maltratado e, nesse sentido, não concordo com nenhuma dessas práticas, no sentido de que eu não acharia o custo-benefício saudável para a saúde humana. Mas tudo sem desrespeitar as crenças alheias, pois esse é um assunto muito íntimo. Abraço
“homens, e somente homens,sem camisa e em estado de hipnose”,Tá!!!acredito…Isso é uma orgia ao modo iraniano.
Me chamou a atenção a beleza dos homens iranianinos e seus corpos maravilhosos (sem MC’Donalds e Coca-Cola)… delícia…
Ahmed, Coca-Cola não só existe no Irã como tem até fábrica no país.
Samy, então qual é o segredo para esses corpos deliciosamente magros? Aqui no Ocidente estamos todos obesos, um horror.
السلام عليكم
Ahmed, homens e mulheres por aqui são, de fato, muito mais magros que no Brasil. Acho que a alimentação iraniana como um todo é mais saudável. Menos fritura, menos gordura, menos refrigerante em todas as refeições, menos cerveja, mais ingredientes naturais.
Lindas imagens. Parabéns!
Grande relato.
São fanáticos muçulmanos, nos quais foi feita uma completa ‘lavagem cerebral’, agindo ridiculamente p/ chamar a atençao!
O fanatismo esbarra as terras tupiniquins.Já tem igreja evangélica criando até “vales-tudo” ao estilo UFC, para atrair mais fiéis.Pobres de nós
Como o flagelo muda as pessoas, fanatismo é uma forma deles se expressarem, cada um rege a sua vida, portanto não sou eu que vou dizer alguma coisa, já que sou católico e não pratico.
Cada povo com sua mania. Deviam trazer este ritual para cá, para que os torcedores de futebol se autoflagelassem quando seu time perdesse….