Iranianos na cara de Netanyahu
07/10/13 16:55Preocupado com o ensaio de reaproximação entre Irã e EUA, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, escolheu a BBC Persian para mandar um recado à população iraniana.
Numa entrevista à emissora de TV britânica em farsi, banida na república islâmica, mas amplamente acessada mediante parabólicas, Netanyahu pediu aos iranianos que se mobilizem contra o regime de Teerã. “Vocês, persas, nunca se livrarão desta tirania se ela [conseguir] armas nucleares. […] Pelo amor de Deus, não a deixem ter armas nucleares”, disse o premiê na entrevista, dublada em farsi.
Para tentar se mostrar solidário aos iranianos, Netanyahu disse o seguinte:
“Se a população do Irã fosse livre, poderia usar calças jeans, ouvir música ocidental e ter eleições livres.”
Mas a frase teve o efeito exatamente oposto do desejado.
Em vez de se sentir amparados, os iranianos ficaram furiosos com a inverdade (jeans e música ocidental são tão comuns no Irã como em quase todos os países) e com a intromissão de um líder detestado no país por defender sem parar um bombardeio à república islâmica.
Horas após a entrevista de Netanyahu, iranianos tomaram as redes sociais para postar fotos de suas calças jeans e CDs de música ocidental. As imagens eram acompanhadas de comentários revoltados contra o premiê israelense.
O mais embaraçoso para Netanyahu foi ter mencionado na entrevista, para mostrar o que o governo iraniano é capaz de fazer, o caso da jovem Neda Agha Soltan, cuja morte foi registrada em video durante protestos de 2009 contra a reeleição supostamente fraudulenta do então presidente Mahmoud Ahmadinejad. O premiê israelense não reparou que a moça usava jeans ao morrer.
Pardis, 24, estudante de engenharia, me disse o seguinte sobre a entrevista do chefe de governo israelense à BBC: “Sugiro a Netanyahu que se informe melhor antes de comentar qualquer assunto e que não se coloque em situação tão risível.”
Sua amiga Masha, 23, estudante de arte, destacou que não se deve subestimar a opressão no Irã e lembrou que ainda há unidades de polícia moral nas ruas caçando véus mal colocados, maquiagem visível demais ou, para os homens, regatas ou bermudas. “Mas nos impedir de usar jeans seria extremo”, diz a moça.
“A referência à música é uma idiotice. Há álbuns e DVDs de Pink Floyd e Queen até nas lojas oficialmente reconhecidas [pelo governo].”
O episódio me fez refletir sobre várias coisas.
Como é possível que Netanyahu, na sua condição de comandante do Mossad, o serviço secreto mais poderoso e bem informado do mundo, não saiba que jeans e música ocidental estão longe das preocupações do regime iraniano?
Cinco minutos em qualquer esquina do Irã bastam para ver dezenas de pessoas, homens e mulheres, jovens e menos jovens, usando jeans. Também em qualquer café ou restaurante descolado é possível ouvir música ocidental. Dia desses ouvi Carla Bruni (que já foi chamada de prostituta pelo jornal oficial “Keyhan”) e Adele ao almoçar com amigos num local que serve um dos melhores hamburgers de Teerã.
Cheguei a cogitar que a frase de Netanyahu tenha sido uma astuta provocação aos iranianos propositalmente destinada a levá-los a mostrar que adoram calças jeans e cantores americanos, o que seria um revés moral para a ideologia islamita do regime. No Oriente Médio é difícil não se contagiar por tanta propensão a abraçar teorias da conspiração.
O caso também ajuda a derrubar a tese, que andou na moda desde o ano passado, de que iranianos, ao contrário de outros povos do Oriente Médio, adoram Israel. É verdade que por aqui há bem menos ódio ao Estado judaico do que em países árabes. Também é verdade que alguns iranianos admiram e invejam a modernidade de Israel. Mas a maioria dos que conheço condenam a ocupação israelense dos territórios palestinos e rejeitam as reiteradas ameaças de Netanyahu.
A população do Irã tende a ser ufanista e patriota ao extremo. Conheci gente contrária ao regime religioso e até partidários da monarquia deposta pela revolução de 1979. Mas nunca vi ninguém favorável a uma intervenção estrangeira. E Netanyahu é a voz mais sonora em favor de um bombardeio ao Irã.
Logo haverá o súbito e inevitável ataque preventivo israelense às instalações nucleares, quer Otrâma saiba ou não , quer ele queira ou não! Aguardem e verão! E, mesmo assim, não cessarão as necessárias (e desejáveis) sanções econômicas! Aguardem e verão esse Espetáculo!!
Troll detected. É só não dar atenção. Pessoalmente, acho esse tal de Netanyahu um cara muito desequilibrado e acho que Israel deveria aderir aos tratados relativos a armas nucleares, biológicas e químicas, em vez de ficar com esses discursos terroristas e paranóicos.
Samy,não sei se vc conhece o jornalista Scott Peterson considerado um dos maiores especialistas do Ocidente nos assuntos relacionados ao Irã que em seu best-seller “Let the Swords Encircle Me” em uma de suas passagens ele diz que:
“Nos anos após a Revolução Iraniana em 1979 Israel não deu importância aos desenvolvimentos no Irã,mas isso mudou com a queda da União Soviética em 1991.Visto que, a sua estratégia de focar sobre os países árabes alinhados com os soviéticos estava perdendo sua importância após a guerra fria ,Israel lançou uma campanha em 1992 para convencer os US que uma ameaça nova e mais perigosa tinha emergido do Irã “.
E,pra acrescentar como parte dessa nova estratégia empurrou US&Ltda na empreitada do conflito sírio(amplamente documentado e comprovado).
Quando os defensores do regime de Israel se aborrecem quando culpam-os pelos problemas no mundo árabe eles tem razão no sentido de terem que defender líderes que insistem em provar em atitudes e declarações para uma opinião pública cada vez mais esclarecida à que vieram.
A percepção que fica é que Israel patrocina todo esse tsunami regional pra desviar a atenção do verdadeiro problema que é a expansão sistemática de seus domínios territoriais e evitar a todo custo um acordo de paz definitivo dentro de um jogo de ganhaxganha.
Eduardo, conheço bem o trabalho do Peterson, geralmente preciso e bem informado.
Esse chefe judeu não tem vergonha na cara:
o que ele fala demonstra pura inveja, pois não quer que o Iran tenha armas nucleares, como Israel tem .
Um verdadeiro absurdo, não querer que outro tenha o que ele tem.
Ontem eu vi na tv um filme superinteressante na TV sobre um jogador americano negro de basquete que foi jogar no time de Shiraz(Iran). Achei muito legal a abordagem dele perante os varios aspectos da vida diaria do Iran, inclusive em relação a mulheres.
Mais uma vez: usar jeans e ouvir música pop não são critérios para avaliar a qualidade de um país. Mais um pouco e vamos ter de aguentar um terceiro “critério”: comer hamburguer! Desde quando americanização, ou ocidentalização, são critérios de verdade?
Netanyahu fez apenas mais um discurso propagandístico para reafirmar o que é de seu interesse, nos mesmos moldes do mote já consagrado “uma mentira repetida várias vezes torna-se uma verdade”, o qual, irônicamente, aprenderam com Goebbels da pior maneira possível.
Maneira aprendida q, alias, eles reproduzem em sua ocupação dos territórios palestinos, seguindo, em escala nacional, exatamente a teoria psicanalista (individual) em que crianças abusadas sexualmente na infância tendem a tornarem-se pedófilos qd adulto, perpetuando os males q sofreram.
Pelo seu comentário, nota-se que vc. seria um potencial pedófilo né?
:<)
Ninguém, modere o tom, por favor, ou terei de exclui-lo.
Ok!
foi apenas uma brincadeira.
note a :<)
O MOSSAD vai destruir o estado terrorista do irã.
O terrorista mais procurado é Hassan Rouwani, ele castiga as mulheres.
Preparem-se persas, o fim está chegado.
Eu como sionista convcto sempre apoiarei o Estado de Israel, sou contra a repressão iraniana, assim como maltratar mulheres.
E vc. BOB? Eu, sou um fudido da luta livre, eu nem sei onde se localiza o regime percerso do Iran.
são dois fudidos da luta livre palhaçada no Tatuapé e na Barra Funda.
As mulheres iranianas são lindas, mesmo usando véu. Netanyahu é um bola mucha, governa um país fora da lei, invasor de terras palestinas, ladrão de propriedade aleia.
Israel está armado até os dentes e não quer que ninguém no Oriente Médio seja páreo para ele. Sou a favor de que o Irã tenha armas nucleares também, afinal se uns podem ter os outros também. E tem outra, Israel tem um plano secreto de uso dessas bombas atômicas (Samsão), se o país for destruído, eles levam meio mundo junto com eles… bem legal essa gente.
Israel tem ameaçado seus inimigos com seu potencial bélico?
Ou apenas desencoraja os que os querem exterminar?
Infelizmente o ódio comanda os seus inimigos!
No dia que eles amarem seus filhos na mesma intensidade que odeiam os judeus, teremos paz na região!
ACREDITO QUE NETANYAHU DEVERIA SE PREOCUPAR EM ISRAEL SER O MAIOR PRODUTOR DE DROGAS SINTETICAS E ARMAS NUCLEARES NO MUNDO. AS DROGAS SINTETICAS COMO EXTASE,LCD E OUTRAS TEM SEIFADO A VIDA DE MILHOES DE JOVENS PELO MUNDO PROVINDAS DE ISRAEL.ISSO NAO E UM GENOCIDIO? ISSO E UMA PROVA CONCRETA QUE O SIONISMO CONTINUAM TRILHANDO SEUS OBJETIVOS DIABLICOS EM CORROMPER A ALMA HUMANA. ENTAO O JEANS IRANIANO VIROU PROBLEMA?
Com as (bizarras) declarações de Netanyahu, fica evidente que o presidente que defende ataques ao Irã não conhece o inimigo que quer. Essa é origem de todo ódio e de todo preconceito: julgamos sem conhecer e nos tornamos “inimigos” da fantasia que fazemos do outro. Se Netanyahu passasse uma temporada em Teerã e Ali Khamenei em Tel Aviv e nos território ocupados da Palestina iam ver que os “inimigos” como são gente como a gente, que apenas quer trabalhar e pagar suas contas. Essas tensões que cercam Irã/Estados Unidos/Israel, às vezes, parecem brigas infantis, risíveis, se não fossem trágicas.
Os ignorantes do blog falam em “regime sionista”, como fosse um tipo de governo que possa ser exportado para qualquer país.
Não passa de antissemitismo travestido de antissionismo.
O uso do jeans é “livre” o povo não!
Mostram o jeans, mas não mostram os rostos, que liberdade é essa? É só pra jornalista ver.
É verdade, há jeans e música ocidental no Irã. Mas os que a vestem e ouvem tem de fazê-lo às escondidas e é exatamente isto que Netanyahu quis dizer. Há até minissaias e festas muito extremas, atrás dos muros. Há também animais de estimação (cachorrinhos, gatos), mas com muito perigo de sofrer penas severas. Não há liberdade plena e verdadeira!
Samuel K, como escrevi no texto, ninguém precisa se esconder para usar jeans, e música ocidental toca em muitos cafés e restaurantes.
Claro que precisa se esconder, vc. vive aí e não enxerga cara?
Deve ser do bando do Hassan.
Te cuida Samy, o MOSSAD está à sua captura palhação, mentiroso.
Chupa o regime terrorista do Irã.
E dá-lhe ISRAEL!
Irgun, moro aqui há dois anos na condição de correspondente da Folha de S.Paulo e sei muito bem do que estou falando, goste ou não. Minha vida aqui se resume a estudar e entender o Irã em todos os aspectos. Discuta com respeito e evite insultos, se não terei de bani-lo deste espaço.
Netanyahu é um completo boçal, como Lieberman e TODOS os sionistas. Incluindo os brasileiros. Ele achou que começaria uma “revolução” no Irã falando desta roupa bizarra de rico que é o jeans, e deste som mais que bizarro — cabecinha pequena! O regime dos aiatolás, por outro lado, é uma caricatura do Islã tradicional; é, aliás, tão fanático como o regime sionista de Israel. Não é a toa que um quer a destruição do outro. Pequenas mentes pensam igual.
Não sei não, mas para mim boçal é quem se acha dono da verdade, seja em relação à música, roupa ou qualquer outra coisa.
Pequenas mentes pensam igual.
Grande porcaria usar jeans e ouvir este ruído interminável que é a música pop ocidental! Jeans originalmente era roupa de mineiro nos EUA. Hoje é gente “descolada” (argh), como Rico Mansur e Eike Baptista que usam jeans — gde rebeldia! No Japão é raro ver jeans, e não venham me dizer que é país atrasado! Viva a roupa tradicional e a música de verdade!
E morram os boçais que se acham no direito de definir o que é música de verdade.
Mentes minúsculas pensam igual.
Mentes minúsculas — e covardes, que não têm coragem nem de assinar o próprio nome.
Extremismo não convive com a liberdade!
Infelizmente eles são dependentes de um aiatola retrógrado ancorado no alcorão que não acena com paz mas com o castigar aos infiéis.
Século XXI para alguns, século XV para os radicais!
netanyahu conseguiu fazer com que os próprios iranianos vissem o quanto ocidentais são. e se não fosse o regime islâmico seriam ocidentais e persas. e teriam ainda, talvez, uma família real controlada, o que é um plus para o patrimônio cultural de qualquer país.
Como dá para ver, é muito difícil hoje em dia apontar quem são os verdadeiros “radicais” no Oriente Médio… Netanyahu ficou, com essa, bem próximo de ser um Berlusconi da vida. Onde está o Rei Juan Carlos numa hora dessas?
hahahaha muito boa met’fora
No oriente médio tem países que são mais introspectivo que o IRÃ e são aliados de ISRAEL, sendo muitos deles árabes. A ocidentalização de costumes ocidentais não veem acompanhadas de costumes culturais de países orientais sendo alterados por uso de calças jeans ou a compra de DVD musicais ocidentais.Porem, o presidente Hassan howani deve se precaver em começar um dialogo como o ocidente e EUA e fazer uma abertura politica e econômica que entrem em conflito com o pensamento do aiatolá Ali Khamenei e a guarda revolucionário e forças armadas com as constantes ameaças de intervenção de ISRAEL E EUA.