Assisti a "Argo" em Teerã
14/01/13 18:40Finalmente consegui ver “Argo”, a tão falada superprodução de Hollywood sobre um grupo de diplomatas americanos que, graças a uma engenhosa manobra da CIA, consegue fugir do Irã durante o sequestro à embaixada dos EUA em Teerã, em 1979. O longa é obviamente proibido pelo governo da república islâmica, como quase todos os demais filmes ocidentais. Recorri então a vendedores de DVD pirata, que costumam ter acervos surpreendentes, mas desta vez não achei o que queria. Por acaso alguém tinha e me emprestou.
Foi um tanto surreal assistir a “Argo” de dentro de Teerã e conhecendo pessoalmente todos os lugares mostrados. Apesar de o filme NÃO ter sido rodado no Irã, mas na Turquia, a semelhança com o cenário da capital iraniana é impressionante. Tudo está lá – a cidade enorme e densa cercada por montanhas enevoadas; a muvuca apertada no bazar; o sisudo saguão do aeroporto Mehrabad, hoje relegado a voos domésticos, e até as árvores ressecadas pelo frio de novembro nas ruas planas do centro. O mais incrível é a reconstituição da embaixada americana, absolutamente idêntica ao gigantesco complexo que permanece, intacto, na esquina das ruas Taleghani e Moffateh, onde fica uma movimentada estação de metrô.
O complexo abriga um imponente prédio central de dois andares com janelas altas e estreitas, cercado por um jardim com estacionamento. Há um prédio menor na lateral oeste, que imagino ser o antigo consulado. É lá que estavam os seis diplomatas que conseguiram escapar no momento em que a embaixada era invadida. A portinha metálica que eu deduzo ter sido usada para a fuga continua lá, dando para uma ruazinha discreta.
Os muros em tijolo vermelho, dominados por uma grade metálica, se estendem ao longo do quarteirão inteiro. Andando rápido, leva 20 minutos até dar a volta. O portão principal ainda guarda a placa com o desenho, esculpido na pedra, da águia americana _símbolo cravado na entrada das representações dos EUA pelo mundo. Apesar do desgaste, é possível distinguir com todas as letras: United States of America. Mas os muros na lateral do portão foram cobertos com pinturas antiamericanas. Há desde estátuas da liberdade com cara de caveira até pistolas com as cores americanas, passando por uma bandeira de Israel desenhada sobre o domo do capitólio de Washington. Algumas inscrições estão em farsi, outras em inglês, como “Down with the USA”, tradução eufemística da expressão original em farsi, “Marg Bár Amricá”, que significa morte aos EUA.
A embaixada abriga um “centro cultural da juventude” e um “Museu da Espionagem”, repleto de documentos que supostamente provam como os EUA usavam sua representação em Teerã para vigiar e controlar o Irã e sua população. Mas o museu vive fechado. A embaixada vive guardada por militares e milicianos, geralmente pouco amáveis. É um desses lugares que não fazem jus ao restante dos iranianos, quase sempre afáveis com estrangeiros. Mesmo assim, passar na frente da embaixada é um dos pontos altos do roteiro que ofereço às pessoas queridas que vêm visitar o amigo jornalista radicado em terras persas. O mais engraçado é que hoje há panfletos de propaganda para aulas de inglês colados nos muros da embaixada.
Pois bem, voltemos ao filme em si.
Ben Affleck convence tanto na atuação como na direção. O longa é bem contado e editado, criando um suspense progressivo para lá de eficiente. Difícil não torcer pelos mocinhos. Mas aí entra o problema. “Argo” é maniqueísta, como quase todo filme americano. O bem vence o mal. Tudo muito simplista e raso. Ok, a introdução mostra o xá Mohamad Reza Pahlevi, ditador que acabaria varrido do poder pela revolução iraniana, zombando de um entrevistador que pergunta sobre torturas no país. Sim, também há uma menção ao golpe anglo-americano que derrubou em 1953 o premiê nacionalista democraticamente eleito Mohamed Mossadegh. Tudo bem, é Hollywood, não Discovery Channel.
Além disso, é evidente que os estudantes iranianos que invadiram a embaixada estavam errados. Não se viola, sob hipótese alguma, a soberania das representações diplomáticas. Mais errado ainda foi manter sob cativeiro desumano 52 pessoas durante mais de um ano. O sequestro acabou se tornando o ato fundador da péssima imagem que gruda até hoje no Irã. Mas o filme é impiedoso com os iranianos. Todos aparecem como maus e feios. Só se salva a empregada da residência oficial canadense, onde os americanos encontram abrigo antes de ser exfiltrados do país. Mulher, bonitinha e esperta só podia mesmo ajudar o bem a triunfar.
A cena do bazar, quando os americanos escapam de ser linchados simplesmente por ter tirado fotos, é a que mais justifica, ao meu ver, a reação furiosa do regime iraniano. A mídia estatal disse que o filme mostra os iranianos como “irracionais [xingamento seríssimo por aqui], insanos e diabólicos”. Ben Affleck é tachado nos veículos prórregime de islamofóbico. O ministro da Cultura e Orientação Islâmica, Mohammad Hosseini, afirmou que “Argo” foi feito com base em “motivações maléficas.” Autoridades iranianas já anunciaram preparativos para uma superprodução que contará a história sob a visão iraniana. Teerã deve ter ficado ainda mais contrariado depois que Affleck comemorou o fato de “ter provocado” o governo do Irã”, a quem acusou de ser um “regime stalinista.”
Um dos mais conhecidos jornalistas ingleses, o veteraníssimo repórter Robert Fisk, relata no livro “A Grande Guerra pela Civilização” (título irônico para uma crítica devastadora da ingerência ocidental no Oriente Médio) que o clima em Teerã naqueles tempos revolucionários era mesmo de hostilidade aos EUA. Mas o que muitos historiadores ressaltam é que: 1) havia, sim, uma mágoa generalizada contra americanos, mas a violência e a agitação foram perpetrados por uma minoria barulhenta, enquanto uma maioria silenciosa e impotente sempre se opôs ao sequestro; 2) o próprio governo islâmico estava rachado quanto à tomada da embaixada, e muitos líderes revolucionários perderam espaço para sempre depois de se oporem ao sequestro. Nada disso está no filme, conforme denunciado no site Al Monitor por Mohsen Milani, um cientista político iraniano que dá aula nos EUA.
O curioso é que essa discussão toda embala cineastas, políticos e estudiosos, mas os iranianos comuns não parecem dar muita bola. Meus conhecidos aqui só mencionaram o filme depois que eu perguntei. Muitos dos que viram, gostaram. Não vi debates nem discussões sobre o tema. Talvez no fundo todo mundo saiba que uma produção hollywoodiana, por mais premiada e destacada, não vai mudar nada _nem no quintal de casa nem na esfera das grandes decisões globais.
P.S: cinco dias depois de escrever este post percebo que está cada vez mais fácil encontrar “Argo” em Teerã. Quase todos os vendedores de DVD pirata já têm. Alguns ambulantes de rua até exibem as cópias, sem complexo, junto à mercadoria espalhada pelo chão à espera dos clientes.
Samy, no seu comentário sobre o prédio da Embaixada, vc diz “mas nunca consegui entrar”. Se é um “centro cultural” e um “museu” não tem visitas publicas? Daria para explicar? Apenas curiosidade de um leitor assiduo de seu blog. Gedeon
Isso mesmo, Gedeon, é um museu e um centro cultural, mas entendo que foi fechado ao público, tornando-se uma espécie de depósito de documentos e palco de comemorações oficiais. Já ouvi que nos últimos anos só passou a abrir em festas nacionais, como o aniversário da Revolução Islâmica. Como quase sempre, é difícil conseguir informação oficial por aqui.
Tudo o que disserem de TEERA e foi produzido nos EUA é pejorativo contra o povo iraniano.Isso é a politica hollywoodiana dos filmes em que os mocinhos é sempre o TIO SAM.É a pratica diplomatica e militar deste imperio global desde sua independencia do imperio britanica no seculoXVIII. Sera que o episodio nuclear do IRÃ vai acabar em um confronto militar entre eua e irã?
Samy, nem todos são mostrados como maus e feios. O guia deles no bazar e o funcionário do Ministério que concede a autorização de filmagem, por exemplo, são bem simpáticos.
Sobre sua acusação de maniqueísmo, o que você esperava de um filme sobre a fuga de pessoas que temiam a morte? O certo seria suavizar a imagem do regime iraniano e denegrir a imagem dos americanos em fuga?
Não, Bira, o certo não seria suazivar a imagem do regime nem denegrir a imagem de quem foge para viver. Eu só esperava um pouco mais de contexto para mostrar que essa hostilidade de parte dos iranianos aos EUA tem raízes históricas e profundas. Vários eventos consolidaram esse sentimento popular, não surgiu do nada. Isso não significar justificar nem endossar um sequestro e uma violação de soberania, fiz questão de deixar isso claro no texto. O guia no bazar pode ser simpático, mas repare no outro adjetivo que usei: feio. Os personagens iranianos têm todos um físico ingrato, com exceção da empregada, enquanto metade dos atores escolhidos para interpretar os americanos ostentam bela aparência.
Não vivo no Irã, mas as imagens que já vi de iranianos correspondem ao que foi mostrado no filme. Os atores e atrizes de filmes iranianos que já vi também têm mais ou menos aquela aparência. A única atriz que já vi fugir daquele padrão é a Leila Hatami. Se são feios ou bonitos, vai do gosto de cada um.
Quanto aos americanos, houve preocupação em deixar os atores parecidos com as pessoas retratadas. No final do filme tem fotos dos atores e das pessoas que eles interpretaram, compare você mesmo. Novamente, se são feios ou bonitos, vai do gosto de cada um.
Agora, muito estranho e racista seria se houvesse preocupação em buscar gente bonita, para padrões ocidentais, para interpretar iranianos. Ou não?
Quanto ao contexto, o que mais você esperava além daquela introdução?
De qualquer maneira, tenho dúvidas se é mesmo correto tentar explicar ou justificar o comportamento do regime iraniano. É um regime que oprime o próprio povo e promove atrocidades no exterior, merece a péssima imagem que tem.
Em filmes assim, creio que é sempre preciso ter cuidado de separar a imagem e as atitudes do governo da imagem e das atitudes da população. E os produtores do Argo tiveram.
Caro Bira, aparentemente você fez questão de não entender o que foi escrito no texto e na resposta ao seu comentário pelo Samy. A visão de governo opressor e as tais atitudes da população iraniana que você cita são exatamente parte dos clichês propagados pelos diversos interesses das mídias e governos ocidentais com relação ao cotidiano do Irã. Bastaria com perguntar a você: você já foi brutalizado e oprimido no Irã? Você já foi ao Irã? Conhece alguém que já foi brutalizado e oprimido ali? Talvez sua resposta a estas perguntas seja um rotundo “não, nunca”. Mas ainda assim você não tem nenhuma dúvida a fazer afirmações usando a palavra oprimir e brutalizar nos seus comentários. E, pior, em contra-ponto à opinião de alguém que está nestes momentos dentro do país, prestando-lhe informação, acredito, fidedígna. Enfim. Não vou falar da orientação padrão da mídia no mundo, porque poderíamos ir da China à Italia de Berlusconi. Mas apenas perguntar três coisas: você já viu teorias apresentadas pela mídia cairem em descredito? Você já pesquisou a história persa dos últimos 200 anos? E por fim, mas não menos importante: você já deu uma olhada no Mapa Mundi hoje? Talvez você vá se surpreender ao descobrir que alí, bem perto de Teerã estão outras duas capitais com tendencias políticas e aliados muito bem definidos: falamos de Bagda e Jerusalem. Saudações cordiaias.
Prezado Ivan,
Antes de discordar, leia. E, se possível, entenda. Tenha também a honestidade de não fazer de conta que o interlocutor falou alguma coisa só para você usar algum argumento que já está pronto na sua cabeça. Ou, no mínimo, adapte o seu argumento pronto ao que está sendo debatido.
Abraço!
Fazer um filme sobre a desastrosa operação de resgate pelos Rangers (Operação Eagle Claw) é que Holywood não iria fazer…
Rambo I, II, III… Antigamente, se assistia aos filmes torcendo pela cavalaria e contra os índios e mexicanos. O filme entra na lista de filmes maniqueístas e islamofóbicos que Hollywood faz, para moldar o pensamento das pessoas. Tem até um filme sobre isso, de árabes e persas sempre fazerem papel de vilão.
Olá Samy
Vi o Filme e tive as mesmas sensações que vc relatou , foi emocionante lembrar de minha passagem por Teerã e pelos muros da Embaixada em 2007. Muito interessante do relato do livro do reporter Robert Fisk, que nem todos estava de acordo com aquela invasão,
Muito legal sua reportagem, parabens
Abç
(Ricardo São Paulo)
Oi Samy, muito bom texto… Gostaria de sua opinião sobre um lance do filme – Estou supondo que, na época em que foi tentado o resgate dos 6 diplomatas, a relação do ministério de cultura iraniano era mais aberta com produções ocidentais do que é hoje (já que permitiram a entrada da “equipe” de filmagem, e aprovaram o trabalho que eventualmente levaria à fuga). É isso? Abs
Difícil saber, Mateus. Se o Estado iraniano tinha naquela época alguma propensão em permitir acesso a equipes de filmagem estrangeiras, o episódio relatado em “Argo” enterrou de vez essa possibilidade. Não é de se estranhar que o Irã esteja hoje tão defensivo nesse campo.
Na escola não aprendi o que maniqueísmo – deve ser algo a ver, tipo assim, com máquinas, tipo assim –
Mas na escola aprendi e não se pode pensar diferente que os EUA é mau, Cuba, Irã e Coréia do Norte é bom. Parece que Venezuela, Argentina e Bolívia também é bom.
Na escola aprendi assim.
Essa história de que foram estudantes que invadiram a embaixada não me convence. Alguns deveriam ser realmente estudantes, mas com certeza eles cumpriam ordens. Não acredito que tenha sido um movimento espontaneo, os invasores deram origem a milicia Basij. Não foi uma revolta estudantil e sim um movimento orquestrado por elementos do regime.
Manda um abraço pro Ahmadnejad…..gente fina.
Tudo no Irã é lindo, pelo visto. Este seu blog é um ode ao Irã. Acho isso meio ridículo.
Aida não ví o filme, porém, a temática deixa poucas dúvidas sobre a arquitetura e a finalidade da película. Penso que duas chagas ainda não se fecharam no “corpo de honra” dos americanos. A guerra do Vietnan e a invasão da Embaixada em Teerã. Em relação à Embaixada, não tanto pela invasão em si, mas pela impossibilidade de se fazer alguma coisa para livrar os reféns do cativeiro. Imaginem, a maior potência bélica da terra de mãos atadas diante da arrogância de uma centena de estudantes por mais de ano. Neste espaço de tempo tudo foi planejado, inclusive a desastrosa tentativa do episódios dos helicópteros que custou a reeleição a Carter. Mas em filmes…!
Certamente não foi dito no filme que a Embaixada da União Soviética seria o alvo inicial por esta ser um regime marxista e ateísta. Qual seria a posição americana hoje se isto tivesse ocorrido?
Os comentários sobre o filme caem exatamente no que o Samy apontou como o defeito do filme: o maniqueísmo. Nem os EUA são a representação do mal nem o Irã é a representação do bem.
Mas, não há condições geopolíticas que justifiquem invadir a embaixada de um país e manter 52 pessoas em cativeiro por mais de um ano.
Vi, no sábado, o doc iraniano “Isto não é um filme”, do cineasta Jafar Panahi, diretor do filme O Balão Branco, que o governo iraniano colocou em prisão domiciliar, proibido de escrever roteiros, produzir e dirigir filmes, dar entrevistas e, naturalmente, sair de casa, por 20 anos.
Tudo por ter si acusado, sem provas, de apoiar o movimento contra a fraude eleitoral que reelegeu o presidente. O documentário, caseiro, feito com a ajuda de um amigo e contrabandeado para o exterior em um pen drive, mostra a angústia de um artista que teve a liberdade cerceada por uma atitude stalinista. Pergunto ao Samy: o que seus amigos iranianos acham da situação de Panahi?
Isa, pouco se comenta respeito do Panahi. Sei que ele tem liberdade para circular, ir a festas e até mesmo frequentar embaixadas, mas ele não pode sair do país. Há gente em situação muito mais complicada.
Tudo bem Isa, já que você falou de mal e bem, deixe-me falar de história. Em 1953 um presidente iraniano democraticamente eleito, chamado Mohammad Mosaddegh, presidia um governo reformista e progressista, que instituiu a seguridade social, que fez reformas agrárias, que baixou medidas de controle dos alugueis e outras. Mas, também cometeu o pecado de nacionalizar o petróleo iraniano que até aquela data estava nas mão de uma companhia chamada Anglo-Persian Oil Company. Aliás, desde de 1913. Agora, como você pode imaginar, a Anglo-Persian Oil Company era uma companhia britanica. A pergunta inocente que sempre se pode fazer neste momento é: uai, o que uma companhia da Inglaterra estava fazendo no Irã no princípio do Século XX? Será que haveria sido um acordo diplomatico-economico de ajuda bilateral ou talvez podemos pensar que foi apropriação indevida dos bens de uma nação pela outra? Estas perguntas ficam sempre no ar, não é? Mas, fato histórico mesmo foi o golpe de Estado de retirou do poder aquele presidente eleito democraticamente; aquele progressista, que empartia reformas, chamado Mohammad Mosaddegh. E, pasme, o golpe de Estado foi praticado pela CIA em conjunto com o MI6. Será que nos perguntamos o que esta gente queria ali? Será que queriam o bem do povo iraniano? Não sabemos… e esta história não dá pro Ben Afleck contar… porque aí seriam necessários vários capítulos. E em Hollywood, time is money.
Boa, Samy!
Assisti o filme ontem e senti algo parecido.
A história foca na aventura dos mocinhos pra escapar da ameaça dos bandidos, porém é super tangencial na abordagem sobre os porquês da questão geopolítica da época. Todo mundo sabe que o buraco é mais embaixo e ninguém está interessado a retratar a atual realidade. Fica a imagem negativa reforçada e, para os americanos, estamos conversados.
Assisti “ao” filme ontem…
Parabéns pela belíssima foto, Samy.
O rosto sério, punho cerrado e indumentária da Senhora, contrastando com a leveza da passada.
A calça jeans parcialmente visível, a combinar com tons azulados no muro.
A bota negra brilhante e a burkha ondulante.
Quero este filme!
Um abraço paulista.
Obrigado pelo interesse, Cristina, mas cabem duas precisões: 1) a foto não é minha, mas do meu colega Behrouz, da Agence France Presse, conforme mencionado no crédito; 2) a moça não usa burca, mas chador, que é esse lenço integral, típico dos xiitas, que deixa o rosto à mostra, ao contrário da burca, de uso raro no mundo islâmico, que cobre até mesmo os olhos, invisíveis por trás de uma grade de tecido.
Oi Samy! Realmente o chador é bem mais brando, não transforma a mulher num imenso caramujo.
Descuidei sobre os créditos a Behrouz. Parabenizo a ele pelo olhar clínico e a você pelo senso estético na escolha.
Grata pela atenção.
Ola SAMY ADGHIRNI,
Voce deve estar percebendo. A sociedade Iraniana e’ altamente politizada, ou seja, qualquer retrato dela como uma sociedade malefica, selvagem e’ totalmente errado.
Concordo com o comentario do Vinicius acima. E acredito que os filmes tem um papel fundamental na cultura da populacao, entao, pensar em reproduzir esse filme em massa e educar de ma forma a juventude.
Um abraco.
Minha opinião é que o filme “Argo” é nada mais que um atentado premeditado contra a imagem e a honra do povo do Irã.
É uma agressão de maniqueísmo medieval e ódio ideológico típica dos EUA. O filme é até boa diversão, mas é um crime.
Crime diferente dos milhões de assassinatos e da destruição apocalíptica causada pelos EUA no Oriente Médio.
Mas é crime quase tão hediondo quanto.
A imagem de um povo (no caso do Irã, uma verdadeira civilização) é inviolável.
Vinicius
(Carioca em Dalian, Liaoning, China)
Crimes são cometidos dos dois lados Vinícius. Os próprios extremistas matam inocentes em sua guerra santa.
Acha que o filme feito no Irã sobre o episódio realmente não vai fazer o mesmo tipo de maniqueísmo às avessas dessa vez?
Duas perguntas pra você, Vinicius Carioca em Dalian, Liaoning, China:
– Fazer reféns não é feio, feio é mostrar que isso aconteceu?
– A imagem de um povo é inviolável, exceto se for o povo americano?