O Dia da Mulher no Irã
08/03/12 12:06O Dia da Mulher existe no Irã, mas a data difere do 8 de março celebrado no Ocidente. Aqui a festa ocorre no quinto mês do calendário islâmico lunar, para coincidir com o aniversário de nascimento de Fatima Zahra, filha do profeta Maomé. Em 2012, a data equivalente no calendário gregoriano será entre o fim de abril e o início de maio.
Algumas iranianas rejeitam a data islâmica e comemoram no mesmo dia que nos países ocidentais, obviamente sem sair da esfera privada. Críticos e críticas dizem que a celebração oficial das autoridades de Teerã é inócua, já que o Dia da Mulher é celebrado ao mesmo tempo que o Dia das Mães. Isso prova, na visão antirregime, que os clérigos no poder só conseguem enxergar a mulher como dona de casa e reprodutora. É fato que a mulher iraniana hoje não tem os mesmos direitos que em outros lugares, mas a realidade do dia a dia é cheia de nuances.
Na época da monarquia secular do xá Mohamed Reza Pahlevi, lá pelos anos 60 e 70, o Irã era um dos países mais ocidentalizados do Oriente Médio. Mulheres não enfrentavam nenhuma restrição para se vestir e frequentavam bares onde bebida alcoólica era liberada. Poligamia, casamento adolescente e segregação na escola eram combatidos pela monarquia. O uso do véu chegou a ser proibido, o que enfureceu inclusive mulheres nas camadas mais conservadoras. Foi na época do xá que as iranianas alcançaram pela primeira vez cargos importantes no governo.
Mas a repressão política era implacável, mais acirrada do que hoje na opinião de muitos iranianos. O regime tinha naquela época a polícia política tida como a mais cruel e sanguinária do mundo: a Savak, treinada pela CIA. Apesar das inúmeras restrições impostas pelo atual governo de Teerã, hoje em dia ninguém tem medo de falar publicamente mal dos líderes políticos, o que era impensável nos tempos da Savak.
A Savak não poupava as mulheres que participavam da oposição clandestina ao xá. Muitas foram presas, torturadas ou/e mortas. Mesmo assim, a ala feminina teve papel chave na revolta popular que varreu o regime do xá Reza Pahlevi, em fevereiro de 1979. Quando o aiatolá Ruhollah Khomeini voltou de seu exílio nos arredores de Paris para instaurar a República Islâmica, a expectativa era de que tudo no país iria melhorar. Mas muitas mulheres sentiram uma regressão nos seus direitos.
Usar o véu passou a ser obrigatório, assim como cobrir braços, ombros e pernas. Contato físico entre homens e mulheres foi vetado em locais públicos. Não pode apertar a mão, muito menos dar beijinho ou abraçar. Ônibus, escolas e até centros de votação têm espaços para cada gênero. Vários clérigos incentivaram a mulher a não trabalhar, mas Khomeini lhes garantiu esse direito. Mulheres foram banidas de estádios e atletas iranianas só podem competir se respeitarem as regras indumentárias, mesmo em campeonatos no exterior. Há praias para homens e outras, para mulheres. Eu só poderia frequentar a moderninha academia de ginástica e musculação perto da minha casa na parte de tarde, já que o acesso aos homens é proibido de manhã. Andar de bicicleta até hoje é um privilégio exclusivamente masculino. Assim como cantar e tocar instrumentos musicais.
Mas o quadro está longe de ser preto e branco, principalmente à luz da situação em outros países da região. No Irã as mulheres dirigem, trabalham e estudam sem nenhuma restrição. Aliás, nas universidades iranianas há mais estudantes mulheres do que homens (60%-40%). Na rua, mulheres batem boca com taxistas e vendedores sem qualquer constrangimento. Uma das mais acoloradas discussões que presenciei por aqui envolvia uma senhora que xingava horrores um policial de trânsito. Não há nenhum problema em se dirigir a uma mulher desconhecida para pedir informação. Dia desses andei num taxi dirigido por uma mulher. Elas estão também no Parlamento e em vários cargos de governo _geralmente secundários, verdade seja dita.
Na Arábia Saudita, as mulheres não podem dirigir nem experimentar roupa na loja. No secular Iêmen, é recomendado que os homens se abstenham de falar com mulheres que não sejam parentes. No Afeganistão, o uso da burca continua generalizado mesmo 11 anos após a queda do bárbaro regime taleban. Burca é o lenço que cobre o corpo todo, tapando inclusive os olhos, que só enxergam por meio de uma espécie de grade de tecido. No Irã as mulheres cobrem o cabelo, não o rosto. Jamais vi uma burca sequer por aqui. O apedrejamento de mulheres acusadas de adúlterio, raríssimas vezes aplicado, foi recentemente revogado das leis iranianas.
dos negros provavelmente o irã não seja inimigo mesmo, mas de todas as mulheres é sim , não importa qual cor elas tenham, todos esses paises de ditadura islâmica são inimigos e carrascos de todas as mulheres do planeta.
No Brasil as mulheres negras são discriminadas pela a maioria dos judeus descaradamente e covardemente e isto não é uma declaração leviana ante-semita, judaica ou nazista, fascista é uma acusação baseada em fatos reais contra estes não a argumentos, O IRÃ NÃO É INIMIGO DO POVO BRASILEIRO PRICIPALMENTE DAS NEGRAS E NEGROS AFROSDECENDENTES. Muito pelo contrario foram os judeus e cristãos que fizeram o tráfico de escravos para Brasil e os mesmos que explorarão os negros e indígenas na escravidão e até hoje exploram e discriminam os negros que é maioria do povo brasileiro.O Irã não é nosso inimigo não são eles que nos sacaneia e nos discriminam? Jama da REQBRA. ONNQ- jamahiriya.libya@bol.com.br
Samy, a realidade do Irã é pouco conhecida aqui no ocidente. A mulher do Irã, tem sua cultura e vive bem com a tradição do país. São mulheres lindas. Elas devem ser felizes, mesmo com as proibições, que não temos aqui.
Samy escreva sobre a música deste belo país.
Todas as iranianas que conheci pessoalmente são extremamente belas (como as moças da foto), educadas e elegantes. Tanto na maneira de se vestir como de se portar. Muito, mas muito diferente das outras muçulmanas da Turquia e Marrocos, por exemplo.
Samy,
Acompanhei o trabalho de vocês (texto seu e foto Apu) as duas vezes que estiveram na Líbia, muito bom. Hoje descobri está página, boa surpresa. Serei mais um dos tantos leitores das notícias de “Um brasileiro no Irã”.
Parabéns.
Abraço, boa sorte e bom trabalho por ai.
Leonardo
Samy obrigado pela atenção e parabéns pelo seu trabalho. O Irã é de origem persa e foi bem explanado na sua matéria anterior “poesia e dos nomes poéticos”. No meu comentário não fui claro neste aspecto, deveria ter mencionado demais países.
Na minha visão, a matéria foi esclarecedora demonstrando a realidade da mulher no Irã, que tem acesso a postos de trabalho e educação maiores que em outros países árabes. Por outro lado, temos indíces alarmantes de violência doméstica no Brasil, inclusive com a edição da “Lei Maria da Penha”, e portanto, não podemos falar em liberdade da mulher pobre neste país.
Muito obrigado, Fábio BV, mas não se esqueça de que o Irã não é árabe, mas persa.
Propaganda gratuita para os aiatolás.
Discordo. O post fala das coisas boas e más de ambos os regimes: o do xá (que também era uma ditadura) e o dos aiatolás. O problema é que estamos acostumados com uma visão maniqueísta do Irã, e qualquer pessoa que não ataque apenas é vista como pró-regime.
Parabéns, Samy, pela isenção e pela imparcialidade.
Sem querer causar polemica alguma, achei interessante essa assertiva:
“Algumas iranianas rejeitam a data islâmica e comemoram no mesmo dia que nos países ocidentais”.
Nao sei no mundo, no Brasil, a unica “comemoraçao” que vejo a cerca desse dia e de alguns marxistas, os famosos gatos pingados, gritando seus chavoes no meio da rua, creio que essas iranianas que preferem comemorar a data marxista, digo ocidental…sejam as “gatas pingadas” do Ira.
Gosto do Ira por esse carater: estudo, desenvolvimento, ciencia, um pais que tem 60% de mulheres em seu grande corpo discente prepara um grande futuro.
Criticas ao seu rigido regime penal parece choradeira demagogica de quem aqui vive reclamando, com razao, da benevolencia de nossas leis.
“Nao ha crime sem lei anterior que o defina, nao ha pena sem previa cominaçao legal”
Esse e um principio democratico e de direito penal basico, internacional, pelo menos ocidental, nisso reside uma das condiçoes da democracia.
O que sera crime e qual a forma de puniçao ja se insere no ambito da soberania das naçoes nada tendo haver com democracia ou nao.
Na decada de 70 a guilhotina era usada na França e a pena de morte seguem em curso nos EUA, ninguem ira dizer que a França da decada de 70 nao era democratica e muito menos dirao que os EUA de hoje nao sejam.
O modo como as mulheres são tratadas nesses paises é uma verdadeira aberração, uma vergonha para a humanidade.
Assalamu waleikum!!!
De que forma? Muitos lêem o mesmo livro, mas poucos extraem sua essência! O mesmo ocorre com o Alcorão!
As mulheres estão, islamicamente falando há 1400 anos, em pé de igualdade com os homens! Se faz referência a amputação do clitóris, o Islã não menciona tal atitude horrenda! Nada disso é citado no nosso Livro Sagrado!
As mulheres possuem muitos direitos! Basta visitar uma mesquita!
Salaam!!!
Parabéns, faltava informação clara e sem viés ideológico sobre o Irã até mesmo no Uol.
Caso não atrapalhe o foco de seu blog, gostaria de saber objetivamente o que a AIEA quer do Irã para que acabem, ao menos pela AIEA, essas conversas de sanções, ação do conselho de segurança da ONU, etc.
O Irã é um país milenar que sonho visitar em alguns anos, espero que a mesquinharia política de nosso mundo não atrapalhe.
Sammy, adoro a forma em que você escreve, você consegue ser bem neutro,
Expondo a verdade seja boa ou ruim. O que eu acho curioso é algumas mulheres que comentaram aqui dizendo se nascessem lá seriam tristes, será possível que essas pessoas acham mesmo que teriam a mesma cabeça ocidental? quem nasce lá já ta acostumada a usar o véu e conviver com algumas restrições e usar o véu lá é tão normal como escovar os dentes.
Pergunte a uma muçulmana (as que moram em países de maioria islâmica) se há protestos contra o uso do véu, existem mulheres que não aceitam o véu lá, claro, não se pode generalizar quando falamos de pessoas, mas creio que elas não chegam nem a 1%.
Assim como nem todo brasileiro gosta de futebol e samba.
Samy: parabéns pelo excelente texto! Conheço inúmeras mulheres islâmicas felizes e com um ritmo de vida invejável.
É bom esclarecer que as palavras ‘fundamentalista’ e ‘fundamentalismo’ são excrescências linguísticas utilizadas pelas pessoas radicias para difamar seus oponentes.
não ha nada nesse mundo mais pavoroso do que uma mulher nascer num pais desses de religião fundamentalista islâmica, eu sinceramente preferia 1000 vezes a morte.
No Brasil as mulheres negras são discriminadas pela a maioria dos judeus descaradamente e covardemente e isto não é uma declaração leviana ante-semita, judaica ou nazista, fascista é uma acusação baseada em fatos reais contra estes não a argumentos, O IRÃ NÃO É INIMIGO DO POVO BRASILEIRO PRICIPALMENTE DAS NEGRAS E NEGROS AFROSDECENDENTES. Muito pelo contrario foram os judeus e cristãos que fizeram o tráfico de escravos para Brasil e os mesmos que explorarão os negros e indígenas na escravidão e até hoje exploram e discriminam os negros que é maioria do povo brasileiro.O Irã não é nosso inimigo não são eles que nos sacaneia e nos discriminam? Jama da REQBRA. ONNQ-jamahiriya.libya@bol.com.br
Os muçulmanos também participaram no tráfico negreiro. Aliás, o tráfico de escravos tomou grande impulso na Africa conforme os comerciantes muçulmanos iam penetrando naquele continente, séculos antes dos europeus lá chegarem. O califa de plantão, seja em Bagdá, Damasco ou Istanbul, tinha direito a 10% das receitas do tráfico de escravos brancos e negros. Era comum a castração de negros, que depois para não por a mão na ferida, eram enterrados até o pescoço na areia, até que ocorresse a cicatrização. Calcula-se que esse tráfico muçulmano de escravos sequestrou entre 3 a 5 milhões de europeus (caucasianos, brancos) que viviam em terras ocupadas pelo império árabe e depois turco (Hungria, Sul da Itália, Sérvia, Montenegro, Croácia, Bulgária, parte da Rússia, Romênia, etc. Num padrão similar ao que faziam também na África, os comerciantes muçulmanos de escravos separavam os homens das suas esposas e as últimas iam procriar nos haréns de todo o Norte da África e Turquia e Mesopotâmia. Os homens iam para trabalho escravo. Só depois da derrota durante o cerco à Viena (Áustria), calcula-se que durante sua fuga o exército muçulmano turco sequestrou cerca de 100 .000 camponeses por onde passou, para depois vendê-los nos mercados de escravos de Istanbul. Assim sendo, antes mesmo dos europeus botarem o pé na África pois nem tecnolocia marítima para isso tinham, os árabes e seu califa já lucravam com o comércio de negros durante séculos. Quando os portugueses e depois outros europeus chegaram à África, já encontraram toda a estrutura logística pronta. A presença européia na África não tinha logística nem recursos para se impor sozinha. O auxílio dos mercadores muçulmanos sequestrava os escravos no interior do Continente e os levavam para os portos na costa, onde eram vendidos para os cristãos navegadores. Mesmo muitas tribos africanas também participavam do tráfico, sequestrando seus próprios irmãos de cor e até de religião pois algumas já eram islamizadas, ou por motivo de brigas inter-tribais e mesmo ganância. No Brasil, tem gente que está islamizando os negros e afrodescendentes através de mentiras, como essa de que os muçulmanos eram vítimas, quando na verdade foram os pioneiros no tráfico africano séculos antes dos conquistadores europeus lá chegarem. E manda pagar os 10% do califa, o chefe máximo dessa religião naquela época!
Assalamu waleikum!
Não importa o que eu escreva por aqui, você odeia árabes, muçulmanos,persas, não?
Os chineses também se interessaram pelo tráfico de escravos! Algum comentário? Não, né?
Seu parágrafo está péssimo; muito grande e confuso! Você poderia fragmentá-lo em subunidades menores, tendo assim, atingido a finalidade da escrita: comunicação!
Salaam!!!
Caro Samy;
Estou indo ao irã no próximo mês de abril,gostaria ,se possível,algumas recomendações sobre lugares para visitar e dicas sobre comportamento.
desde Já obrigado
Julio, quando pegar seu visto na Embaixada iraniana em Brasília, tire dúvidas sobre o que pode e o que não pode. Basicamente, não leve shorts nem bermudas nem bebida. O resto é ok. Isfahan, Yazd e Shiraz são as cidades mais bonitas e interessantes.
Samy, pretendo ir ao Irã em maio. Além dessas cidades, Isfahan, a pérola do Islam, Shiraz, a terra do Poeta Hafez e Yazd, incluí uma passagem pelo Mar Cáspio, já que as estações de ski estarão fechadas. O que você acha? Puxa, você bem que poderia fazer um ou dois posts sobre o Turismo no Irã. Fica registrado o pedido, meu e de um bocado de gente.
Excelente ideia! Morro de vontades de ir visitar este pais!!!
Também tenho vontade de ir ao Irã, e conhecer a cultura e os belos lugares. Só não sei quando irei, estou na faculdade e nunca fiz uma viagem internacional.
E belo post, Samy, está bem de acordo com o que eu ando pesquisando sobre o Irã, ponderando prós e contras da revolução, e mostrando com clareza até onde vai a repressão do regime.
Caro Samy, o seu esforço é louvável mas vai ser difícil convencer os leitores, aqueles que gostam encarar a realidade de frente, de mudar de opinião a respeito do país dos aiatolás. Até segunda ordem, após ter gratuitamente ameaçado Israel com total extinção, Iran é considerado como uma ameaça inpar ao Mundo Civilizado. E isto poderá em brêve levar a mais uma guerra no tão pacífico Oriente Médio. Por fim, a velha Persia, que muitos mencionam nas suas respostas, nada tem a ver com o Iran de hoje. Nada mesmo – infelizmente.
É horrível não ter direito a escolha, vejo sempre as mulheres com burcas e os homens com turbante e de barbas, fico imaginando se essas pessoas, não gostariam pelo menos um dia na vida delas, não viver no meio da dominação, 1 unico dia podendo ser elas mesmas…no minimo não saberiam o que fazer, ficariam perdidas, porque já nem sabem mais viver, sem alguém ditando regras, triste muito triste.
Eu mudaria o ponto de vista, eu fico imaginando, se eu nascesse lá, acostumada a me vestir daquela maneira (que me sentiria eu mesma) e aqui fosse discriminada por vestir burca, hijab, niqab nas ruas etc. Eu me sentiria horrivelmente forçada a usar as vestes ocidentais?? Será que só eles não tem escolha e, será que a nossa sociedade também não dita regras? Experimente ser você mesma por um dia (ou seja, sair sem maquiagem, chapinha no cabelo, sem fazer as unhas, aquela roupa surrada que você só usa em casa etc) e andar assim no centro de são paulo, entrar no banco, no shopping, etc.
Ótimo argumento pra se destruir uma cultura/religião! Aliás, os argumentos dos ‘dominadores’ passam por aí: “Eles viveriam melhor em uma democracia!” bláblá!!!
Regras…ora, existem em qualquer sociedade! Mas eu acho muito mais sensual esconder que mostrar!!! hauhauahuaua!!!
Salaam!!!
Caro Samy, estou adorando ler seu blog. Sempre achei a cultura persa riquissima e nao a isso que os ocidentais tentam nos passar (atrasados, fanaticos). Quando li o livro O Fisico viajei a Persia do seculo XII, e pude constatar que era um pais super desenvolvido e a cidade de Ispahan tinha a melhor escola de medicina da epoca (nao sei se realmente eh verdade), mas estudar e aprender com culturas totalmente diferentes da nossa eh maravilhoso.
Cada lei ao seu tempo. Nós daqui não imaginamos como é uma cena de apedrejamento, o que era normal para eles. São milênios de atraso, mas talvez seria necessário para aquele povo enquanto durou. Tudo esgota. Ou não esgota? Se estamos no mundo para evoluir, quanto vamos caminhar para chegar lá? E quando chegarmos vamos fazer o que?
Sugiro que assistam:
http://formulageo.blogspot.com/2012/03/ira-em-imagens-pps.html
O belo Irã, que poucos conhecem
Vejo uma grande ironia da história neste trecho que fala que o “véu chegou a ser proibido sob o regime do Shah, causando ira nas mulheres mais conservadoras”. Parece até repetir o que estamos vendo hoje na França, toda tentativa de apagar qualquer vestígio da cultura religiosa da sociedade! Apesar de nós mulheres brasileiras prezarmos (ou não) tanto a nossa liberdade, converso com moças iranianas que me fazem inveja por sua cultura. Já conversei sobre literatura com colegiais iranianas enquanto vejo que no nosso país na mesma idade sofrem do terrível mal da “preguiça de ler”. E a maioria delas pratica sim algum esporte como futebol e até arte marciais com ou sem véu e são super incentivadas pela família e escola. E vemos que apesar das restrições essas mulheres, que o ocidente costuma ver como vitimas degradadas da cultura machista estão também ao lado de seus maridos e pais no mundo da arte como a filha e a esposa do diretor Asghar Farhadi e as prodigiosas Samira, Hana e Marzieh Makhmalbaf. Parabéns `às mulheres iranianas, brasileiras e de todo o mundo e também aos homens que as apoiam!!
Perfeito – na verdade, a maioria das mulheres Persas, Árabes ou Bérberes não entende porque existe tanto “alarmismo” com o uso do Hijab. No fundo, talvez seja o mesmo que os pró-nudismo pensam ao ver as pessoas com roupas na rua…no fundo, é só um pano a mais que não mata ninguém. No caso do Hijab, claro.
“O regime tinha naquela época a polícia política tida como a mais cruel e sanguinária do mundo: a Savak, treinada pela CIA. Apesar das inúmeras restrições impostas pelo atual governo de Teerã, hoje em dia ninguém tem medo de falar publicamente mal dos líderes políticos, o que era impensável nos tempos da Savak.”
Gostei dessa parte. A mídia menos esclarecida costuma generalizar as situações e criar quase uma campanha de demonização do Irã, uma Iranfobia, sabe-se lá com que objetivos. Parabéns, Samy.
Agora a CIA treina a Mabahith, polícia secreta do ditador da Árabia Saudita, Amniyat(polícia secreta afegã), Mabahith Amn ad-Dawla(polícia secreta do Egito), a INIS (polícia secreta do Iraque), Dairat al-Mukhabarat al-Ammah (polícia secreta da Jordânia), Mukhabarat el-Jamahiriya (polícia secreta líbia agora controlada pelo Conselho Nacional Terrorista- CNT), reativou o National Security Service da Somália com o qual operam masmorras em Mogasdíscio, a Mukhabarat (polícia secreta do Bahrein) além das polícias secretas do Omã, EAU e Kuwait.
Empregos não faltam para os carrascos da CIA nas “monarquias esclarecidas” como são chamadas pelo Departamento de Estado Americanos as ditaduras árabes apoiadas pelos EUA.
É verdade. a CIA é um lixo! Acontece que o regime dos aiatolás também é um lixo, que apóia governantes tirânicos e anti-democráticos como Chávez, os irmãos metralha latifundiários da ilha-canavial, e o maravilhoso regime norte-coreano, que tem cerca de 100 mil prisioneiros políticos em condições animalescas e que levam à morte. Além disso, o Irã é um dos poucos países que apóiam o regime genocida da Síria, que já matou 8.000 de seus cidadãos em um ano. O fato que a CIA treina policiais ou torturadores de outros países, oras, isso não é novidade. Nunca foi. Leiam na Wikipedia a respeito do Império Persa: “Essa civilização era um pouco brutal. Degolavam, castravam e decapitavam homens”. Pesquisem sobre as enormes violações de direitos humanos na China. E o que temos na Rússia, sob a dinastía Putin? Na Somália, um país em guerra de vida ou morte contra os obscurantistas terroristas islâmicos, que onde vão se impõem pela violência, morte e ataque às liberdades de expressão e religiosa. Tem que botar esses caras nas masmorras de Mogadíscio? Eu acho que não. Não é a CIA que está errada, é o ser humano (nós) que erramos. Mas é fácil criticar, quando não se está na linha de frente. É como dizia Winston Churchil: o mundo está cheio de motoristas que se sentam no banco traseiro do carro (backseat drivers). Não sabem dirigir, mas sabem criticar quem dirige. Esse anti-americanismo parcial, desinformado e barato da esquerda que se une ao obscurantismo fascista islâmico, é realmente uma desfaçatez – mas não surprende que extremos se unam como fizeram Hitler e Stálin. Ambos queriam ver a democracia eliminada da face da terra. Felizmente, nenhum dos dois conseguiram. Felizmente, temos em muitos países, inclusive o Brasil, a vigência da democracia pluralista. Falta-nos só um projeto de nação, que fuja desse complexo de latinoamericano de coitadinho explorado por outros países. O mundo não é o país das maravilhas. O maior vai querer engolir o menor. Roma enguliu tudo. Roma morreu, o imperio Bizantino engoliu tudo. O imperio Persa conquistou o que pôde em volta. China engoliu o que podía ao longo de 5 mil anos, até ser engolida por europeus que enfraqueceu e agora resgatou sua independencia e vigor. O Brasil, se foi explorado, é por que nós somos trouxas. Mostramos fraqueza, vem outro e engole mesmo. Porém, quem nos explora e muito mais cruelmente que nossos colonizadores, e do que os EUA ou China, são alguns de nossos governantes inclusive os da esquerda que ficam babando de raiva contra os EUA e outros países mas passam 24 horas por dia em conxavos para roubar o dinheiro do povo brasileiro. Os EUA são o Grande Satã, e alguns desses governantes ‘liberam’ o bolso do povo brasileiro de muito dinheiro. Qual é pior? Os colonizadores, eram estrangeiros aqui e exploraram o povo nativo, roubavam aquí e iam embora com nossas riquezas. Os nossos governantes, eleitos por nós mesmos, são brasileiros como nós. Nasceram ao lado, estudaram nas mesmas escolas que nós. É cidadão roubando o outro cidadão. Uma vergonha maior do que se os EUA nos invadisse. A culpa não é dos EUA, da CIA ou do Obama e nem um regime de esquerda vai resolver esse baixo nível de moral e ética de nossos governantes. Fomos nós que os elegemos. O dia em que o povo brasileiro sair dessa prisão psicológica -complexo de inferioridade de vítima cultivado pela mentalidade medíocre das esquerdas atrasadas, será um grande país, pois deixará de chorar as pitangas de 500 anos atrás e estará progredindo rumo ao futuro. Che Guevara morreu faz 50 anos nas selvas da Bolívia por que nem o Partido Comunista da Bolívia o havia apoiado. Isso não funciona. Vide o caso da China, em 20 anos se transformou de um país-piada numa potencia sem igual. Simplesmente jogaram no lixo aquela besteira de ideología marxista e vejam o resultado. Lá, ninguém perde tempo botando a culpa dos erros nos americanos, inglese, alemães ou japoneses. A China cresce e pode se impor vigorosamente contra outras potencias, como EUA, Rússia, Japão e Europa. Chineses trabalham duro e não tem tempo para esse tipo de vitimização molóide que só serve para justiciar nossos erros, nos fazer sentir menores, fracos e portanto coitadinhos. E por isso precisamos do super-Lula para nos salvar das garras dos malvados exploradores capitalistas. Que besteira. Viva o Brasil que trabalha duro, que pensa para a frente e não perde tempo com tais mediocridades.
Disseste tudo Eduardo, esses comuna só sabem roubar e encher seus próprios bolsos, apoiar aquilo que ja não deu certo em NENHUM PAIS o comunismo ou socialismo, qUANDO pELÉ DISSE QUE BRASILEIRO NÃO SABIA VOTAR, HOUVE VARIOS QUE SE REVOLTARAM mas e não é verdade? O QUE ESSES MENTIROSOS FIZERAM DE BOM nesse pais??? não Vi nada. E Che guevara foi morto por conflito sobre COCAINA, que naquela época eraexportada pela mulher do Hugo Banzer presidente da Bolivia, eu estive la no local nessa época e isso era o comentário corrente, ele cheirava tanto e depois atirava e matava as pessoa por nada, ficaram fartos das baboseiras que queria implantar lá e os “maus modos”
Excelente texto Samy, parabéns! Adoro saber mais sobre as mulheres no Irã para comparar e aprender sobre as diferenças e também para dar valor à minha liberdade no nosso país.
Somos ignorantes, infelizmente não temos o hábito de ler um pouco mais da cultura de outros povos, e quando lemos não compreendemos corretamente e por ai surge visões equivocadas e distorcidades. Cada cultura tem sua magia, seu encantamento, então temos que ler com olhos diferentes, abrir nossa mente para absorver as informações sem distorcer. Assim como as mulheres frutas para eles podem ser absurdas, as burcas para nós uma afronta.
Concordo plenamente com vc Maria Paula, infelizmente existem pessoas que não sabem apreciar outra cultura… vivo no Irã 23 anos, aprendi muito aqui, cheguei a conclusão que vai demorar muito tempo para o Brasil chegar aos pés do Irã, no sentido CULTURAL, em muitas coisas tiro o chapéu para o Irã.
Parabéns pelo texto, Samy. Sua matéria distoa totalmente do reducionismo, da pobreza e até da vilania das abordagens tentenciosas guiadas pelas grandes agências internacionais de notícias. Você soube ponderar muito bem o que há de conquistas e o que ainda deve ser objeto de luta das mulheres iranianas. Sinto falta de textos como o seu, sensatos e imparciais, nos grandes meios de comunicação. Parabéns, de novo.
Li vários relatos de iranianas (por exemplo “Lendo Lolita em Teerã) e visitei também o Irã. Realmente encontrei o mesmo quadro descrito por Samy. Colegas de trabalho levaram-de para meu Hotel conduzindo seus próprios carros, sem nenhum tipo de restrição. Infelizmente a imagem que o Ocidente recebe é aquela de mulheres quase fanatizadas pelo Islã. Definitivamente não é a realidade das mulheres de classe média, de alto grau de educação. Um fato que demonstra suas mentes arejadas ( e até, talvez, a sua alta participação nos protestos por mais liberdade): relataram-me que, a cada verão, as moças criam alguma moda que provoca as autoridades religiosas. Por exemplo, deixar aparecer alguma parte do corpo e ir aumentando com o passar dos dias (claro que dentro dos padrões conservadores da sociedade local). E prosseguem neste jogo de provocação até que a Polícia resolve reagir e intensifica as proibições…e depois tudo se repete nos próximos verões. Mas, definitivamente, é um povo muito simpático, culto, mas tristemente submetido a ditames autoritários das autoridades religiosas
Ahhh…então não é tão ruim assim para as mulheres, é melhor que na Arábia Saudita ou no bárbaro Afeganistão. Fala sério!
Bando de ignorantes!
Sem insultos, Calferr, por favor.
Argumento típico de quem não sabe ler e compreender realidades diferentes de seu mundo de ilusões. Ignorante é quem acha que sabe mais do que os outros.
Excelente matéria!
Apoiado
Apoiado!
Apoiado.
As “monarquias esclarecidas” aliadas de Washington podem tudo.
Pois é, Calferr!
Parece quer ser mulher no Irã é melhor que que morrer queimado.
Quero ver comparação entre a situação feminina no Irã e em Israel, Suécia, Turquia.
Comparar o sujo (Arábia Saudita, Afeganistão) com o mal lavado (Irã) não serve pra nada.
Acho que de hoje em diante vou comparar o Brasil com a Nigéria e ficar achando que vivo no melhor país do mundo.
Até concordo com o que vc diz. Mas pq a imprensa ocidental sequer fala da situação dos direitos humanos na Arábia Saudita e Afeganistão? Pq os EUA e seus aliados não se revoltam? O problema pra eles é realmente a violação de direitos humanos?
Assalamu waleikum!!!
É política!!! Não se prendem mais ao bom senso! Se forem os filhos dos aliados, tudo bem! Mas se for do ‘inimigo’…ainda mais se este ficar em cima de um bolsão de petróleo!! hauhauaahuah!!!
Tenho orgulho de descender de judeus e árabes, ser muçulmano, amo o que faço e o meu país: o Brasil!!! Muito melhor que ‘USA’ e ‘Europe’!!! Falidos!!! Fabricam dinheiro no vácuo!!! hauhauhahauaua!!!
Agora, vamos trabalhar!!! hauhauaahaau!!!
Salaam!!!
Cada país tem uma cultura…o q pode parecer absurdo pra nos, ha coisas nossas q podem parecer absurdo pra eles, como o carnaval, os bailes funk, etc…
hahahaha…
o baile funk é um absurdo até pra nossa cultura!!!!!!
primeiro que a existência do funk carioca em sí já é um absurdo!!!!!
e depois falam q isso é cultura….
¬¬’
Sinceramente acho que o Iran eh o unico pais que libera suas mulheres a estudarem no exterior tb. Nao sei como eh na Europa, mas na Russia a proporcao de mulheres do Iran estudando comparado a outros paises arabes eh muuuito maior!!! E isso sem contar nos auxilios dados pelo estado a seus cidadaos!! Alias, dos paises arabes voce quase nao ve mulheres por aqui! Sao rarissimas!!! Apenas homens!!! Do Afeganistao nunca vi nenhuma mulher, em 4 anos por aqui. Dos paises da Asia Central (que tb sao muculmanos), existem, e tambem sao bastantes. A situacao da mulher no Cazaquistao, por exemplo me parece ser bem mais confortavel do em seus vizinhos. casamentos forcados sao raros, se fazendo presente somente em pequenas cidades do sul do pais. Bom, mas isso jah eh outra historia…
…parabens pela materia, Sammy! Voce mostra a visao de um pais desconhecido no Brasil por um vies menos tendencioso que forma o estereotipo geral desta cultura em nosso solo (tenho uma certa impressao de que no Brasil as pessoas de maneira geral ainda tem medo do oriente e sabem muito pouco sobre ele, pode ser que as coisas tenham mudado e seja tambem apenas um equivoco meu. Nao sei.). Mas parabens!!! Ficaria mais feliz em conhecer mais detalhes sobre a cultura deste interessante povo!!! Literatura… arquitetura… poderia falar mais disso? =)
Felicidades!!!
Raoni:
Faria uma correção ao que você disse: o Irã e o Afeganistão não são países árabes.
Samy, uma vez escutei de alguns estudiosos do mundo islâmico que de certa forma no Irã ocorre uma laicização da sociedade sob um regime religioso, o que me pareceu bem interessante. Os desdobramentos da revolução teriam afastado os iranianos da religião, que estaria cada vez mais “desencantada” e, ao mesmo tempo, o islamismo enquanto moeda no jogo político estaria em baixa.
De qualquer maneira, as restrições às mulheres são bastante intensas para os nossos padrões. Como funcionam os movimentos de mulheres? Há alguma ação dentro dos esportes por exemplo?
Parabéns pelo blog, está interessantíssimo e tem aguçado muito a minha curiosidade. As perguntas estão aí, mas caso não seja possível respondê-las eu compreendo.
Obrigado.
Caio:
Muito obrigado pelo esclarecimento. Eu jah sabia que se tratavam de povos diferentes, mas realmente me expressei de forma dubia, obrigado por notar.
Me desculpe tambem se pareco ser “inxirido” comentando aquilo que o sr. referiu ao Sammy (e se o Sammy puder me corrigir, ou mesmo o senhor, ficaria grato), mas procurando no youtube sobre a musica iraniana (ou “farsi”, para os interessados que queiram procurar), encontrei inumeros videos onde mulheres (supostamente iranianas), dancam de forma bem ocidental – sequer usavam veu, burca ou hijab.
Enfim, baseado no que o Sammy e no que o Caio escreveram, parece existir de fato uma abertura bem maior no Ira para mulheres do que no caso de seus vizinhos, de maneira geral. Entao complementando a pergunta do Caio, houve alguma participacao de algum movimento neste processo? Qual o motivo desta proeminencia feminina em um pais marcado pelos estereotipos e cercado por outros onde o tratamento eh, em media, mais rigido? Se nao conseguir responder por algum motivo, tambem compreenderei sem problemas! Obrigado desde ja’!
Felicidades!
Raoni: atenção, tem que ver onde foram filmados os vídeos. Existe uma significante comunicade iraniana nos países ocidentais democráticos, que saíram do país por motivos políticos, econômicos ou mesmo por que estão de saco cheio de serem policiados no seu vestuário, no seu corte de cabelo e na sua vida privada. A “polícia moral’ do Irã conta com 70.000 (setenta mil) policiais. Andam pelas ruas das principais cidades e se vêem alguma mulher ou homem vestindo coisas perigosas como colar (proibido para homens e mulheres), shorts (proibido para mulheres e homens), etc. Mulheres tem que andar cobertas da cabeça aos pés, segundo o costume islâmico e tem que pentear os cabelos conforme uma lista de modelos aprovada pelos mulás governantes, que proibiram as mulheres de usar o perigosíssimo “rabo de cavalo” em seus cabelos. Não se sabe se crianças são proibidas de usar ‘maria-chiquinha’. A última novidade foi um projeto de lei que torna crime a posse de um cão. O cachorro é considerado um animal imundo por parte dos muçulmanos. E no Irã, parte da classe média alta insiste em ter um caozinho de estimação. Então os nobres congressistas propuseram essa lei, para evitar que esse animal imundo contamine as pessoas. Agora torturar presos políticos e enforcar gays e apedrejar mulheres, isso não é considerado imundo e pode ser feito. Essa lei anti-cães foi proposta para evitar que o povo iraniano copie costumes ocidentais perigosos para o Islã, como sair passeando pela rua com o cãozinho de estimação.