Nos tempos do xá
23/02/12 21:23Nas ladeiras ao extremo norte de Teerã, onde a montanha se desgarra da cidade, fica um lugar que conserva a alma dos tempos em que o Irã era uma monarquia secular pró-Ocidente. O palácio de Saadat Abad, um dos museus mais interessantes no país, é uma relíquia intacta do glamour hedonista que marcou a dinastia Pahlevi, varrida do poder pela Revolução Islâmica de 1979.
Mais exposta ao frescor da altitude e distante do barulhento centro, Saadat Abad foi residência dos dois últimos monarcas do Irã: Reza Pahlevi, um golpista que derrubou o reino dos Qajar e inventou a dinastia Pahlevi; e seu filho e sucessor Mohamed Reza Pahlevi, cuja vida nababesca fascinava o mundo.
Logo na entrada do museu há uma tenda que abriga a espetacular coleção de carrões da família Pahlevi, enfileirados em paralelo. De um lado, modelos Rolls Royce de todos os tipos _cupê, esporte, limusine, conversível… Do outro, Mercedes-Benz no estilo dos anos 70 em várias cores e tamanhos. Nas colunas de metal que sustentam a lona da tenda estão penduradas fotos de família. Imagens em preto e branco mostram Mohamed Reza Pahlevi em uniforme militar de gala ou conversando com o então presidente americano, John Fitzgerald Kennedy. Também há fotos das duas últimas esposas do xá, tidas como algumas das mulheres mais elegantes de sua época: Soraya Esfandiary-Bakhtiari, abandonada por não poder engravidar, e Farah Diba, que deu quatro filhos ao monarca e possuía uma das maiores coleções de arte moderna no Oriente Médio.
O museu se estende ao longo de vários prédios espalhados por um parque branco de neve no inverno, como agora, e verdejante e florido a partir de abril. O edifício mais interessante é o que servia de residência para convidados estrangeiros. A decoração é um luxo _móveis e prataria francesa, quadros ingleses, porcelana russa. No banheiro predomina um mármore branco trazido da Itália. Nos aposentos que serviam de quarto de dormir, uma placa lista os hóspedes que passaram por ali, entre eles os presidentes Jimmy Carter, dos EUA, e Anuar Sadat, do Egito.
O mais impressionante é como tudo permaneceu intacto, sobrevivendo a semanas de convulsão social que redefiniram a geopolítica mundial. O povo ergueu-se contra um regime sanguinário, ditatorial e de gastos surreais num país até então paupérrimo. Mas não houve saques em massa do patrimônio do xá nem destruição de seus símbolos, hoje visitados por famílias e estudantes. Na revolução tunisiana do ano passado, o povo entrou no palácio do ditador e levou tudo que pôde. Mesma coisa na Líbia de Muammar Gaddafi.
Um jornalista que trabalha aqui há anos acha que o passado é mal resolvido: “o atual governo diz que o xá é responsável por todos os males do Irã, mas olhe o que fizeram neste museu. Na verdade parecem estar glorificando o xá!”.
Eu não iria tão longe. Mas manter tão vivos e presentes ícones de uma era execrada é, no mínimo, um sinal de civilidade.
Prezado Samy:
Parabéns pelo texto produzido, qual foi bastante esclarecedor de um momento histórico do Irã (figurativamente falando, essa “pedra no sapato” dos EEUU e de alguns Países da Europa, pela sua importância estratégica no Golfo de Ormuz) logicamente a partir da sua própria idiossincrasia.
A questão, para além da religião, centra-se, ao meu ver, no “direito de toda Nação ao autogoverno”, na linha do Direito Internacional. E o Irã, deve ter o direito de ajustar a sua vida política nos moldes que entender o seu Povo, com respeito à sua Constituição (Carta Política ou Lei Maior, votada no Parlamento e promulgada).
Quanto ao Xá, que fora destituido do poder pelo Povo, nada mais natural, haja vista que a História está repleta de exemplos semelhantes, tal qual o caso do nosso querido Brasil, onde, o Povo, por muito menos, em 1889, depôs o Imperador DOM PEDRO II, tendo o mesmo se exilado na França ! Só que o Imperador, à época dos fatos, evidentemente, gozava de mais prestígio do que o Xá, consoante se lêem dos Livros de História Geral.
Na essência, a “História é feita de avanços e retrocessos”, como dizem os próprios historiadores, por isso, nada obsta que certos Regimes retornem no curso da mesma História ! A propósito, disse ERNEST RENAN : ” O homem é um tecido de contradições.” Vale dizer: afirma hoje; nega amanhã.
De qualquer sorte, parabéns pelo trabalho edificador !
Mauricio Azevedo Gonçalves
Caro Samy,
Parabéns pelo blog, realmente muito bom. Está de parabéns, siga em frente.
Abs,
Antonio (diretamente de Pequim)
Meu querido amigo.
Muitas felicidades, não tinha visto seu blog.
E muito interesante e com uma visão imparcial. objetiva…..de uma pessoa que leva a serio seu trabalho.
Se cuida!!!
Nobre Blogueiro,
Gostaria de uma visao mais profunda da epoca do Xa versus situacao atual, do ponto de vista do povo iraniano. A principio soa muito bonito aos ouvidos esquerdistas latino americanos toda essa bravata anti-EUA. Mas e do lado do povo, privado do acesso a tecnologia, a informacao? Outro ponto interessante: outras monarquias de paises como EAU, Arabia Saudita tambem dao festas e esbanjam, porem sao admiradas por seu povo. Qual a diferenca?
Marcelo, não existe aqui no blog nenhuma bravata, anti-EUA ou qualquer que seja. Você deveria se perguntar porque houve uma revolta de tamanha proporção em 1979. Aquilo certamente refletiu uma profunda insatisfação popular, não acha? É evidente que hoje existem nostálgicos do xá. Há muitos deles a contar em detalhes como “tudo era melhor naquela época”. Mas são minoria. O discurso saudosista está geralmente restrito a famílias burguesas e modernas, em total descompasso com a maioria da população, conservadora e devota. Mesmo entre os oposicionistas, políticos ou ativistas, não há ninguém relevante que olhe com saudade para os tempos do xá. E se por um lado na época da monarquia as mulheres não precisavam usar o véu, por outra a repressão política era total, com uma polícia secreta sanguinária e uma total ausência de alternância. Enquanto às monarquias do golfo Pérsico, por favor compartilhe, se puder, algum sinal concreto e confiável de que elas são admiradas por seu povo.
Marcelo, é difícil resumir em poucas linhas. Basicamente, o pai do xá do irã Reza Pahlevi, era um oficial do exército que usurpou o trono do Irã. Ele tinha um ímpeto modernizador, porém não democrático. Certa vez, quando alguns cléricos muçulmanos criticaram sua política de governo, ele pessoalmente foi na mesquita onde eles se escondiam e os castigou a chicotadas. Posteriormente, ele demonstrou simpatías pelo nazismo e foi deposto por EUA e Rússia, e o filho dele Reza Pahlevi assumiu o trono. O novo xá tinha uma educação de primeira em países europeus. No entanto, boa educação só não basta como demonstra o regime sanguinário do sírio Assad, que estudou em Londres e era considerado uma pessdoa amigável por seus colegas. O que falta é formação democrática, coisa que diplomas e MBA não nos oferecem. Aparentemente, o xá quería um regime algo mais democrático. Mas ele era muto jovem e políticamente fraco. Logo nos primeiros anos de governo, o xá Reza Pahlevi teve que fugir do país por causa do governo de esquerda do Mossadegh nos anos 1950. Ao retornar, apoiado pelos EUA, ele talvez amargurado pela situação de perigo que passou, endureceu a repressão. É uma reação normal, pois quando Khomeini também se viu ameaçado de perder o poder nos anos 1980, retaliou com muito mais violencia e mortes que o xá fez em tempos anteriores. Mas, além da repressão do xá, o que realmente causou sua queda foi querer libertar o Irã das garras do atraso clerical. Ele promoveu a modernidade, proibiu o véu nas mulheres, criou códigos de leis igualando o homem à mulher. O xá também promoveu nas escolas e na população o orgulho de ser persa, um país com 6 ou 7 mil anos de existencia e restaurou ruinas do palacio persa de Persépolis, que depois foram novamente abandonadas pelos governo dos mulas e sua religião importada do deserto arábico. De modo geral, nem árabes são muito próximos dos iranianos que são da seita xiita, nem os iranianos são próximos dos árabes. A repressão do xá deixou o povo insatisfeito. A modernização laica proposta pelo xá, criou inimigos entre os reacionários clérigos muçulmanos. A insatisfação popular foi capitalizada pelos clérigos muçulmanos já que mesquitas são tradicionalmente locais de discussão política em alguns países. Esses mulas não queriam perder sua influencia sobre a população mais simples e desinformada e portanto mais manipulável para manter o país no obscurantismo religioso do qual esses clérigos extraem sua sobrevivência. E os partidos revolucionários de esquerda entre eles o Tudeh (comunista), se aproveitaram da desestabilização do governo para apoiar Khomeini a tomar o poder. Khomeini prometeu tudo a todos, e depois baixou o cacete na oposição. Todos prometeram liberdade e justiça e entregaram ao povo iraniano isso que se ve hoje.
Muito interessante seu blog, meus parabéns.
De fato, a imprensa mundial associa o Irã a uma visão extremista, radical do Islã. Essa associação é em parte verdadeira, e em parte falsa. Falsa porque a cultura do Irã de fato remonta ao Império Persa, milenar, e é muito rica, e o seu povo é muito interessante. Mas ao mesmo tempo é verdadeira por causa do governo teocrático que lá se instalou após a derrubada do xá, e que de fato é muito rigoroso em muitos aspectos. Então, não se trata de uma mentira da mídia ocidental, mas de uma exacerbação de um lado e de omissão do outro lado.
Nossa, que bacana! Acabei de descobrir o seu blog! Nunca mais tivemos a chance de conversar!
Espero que você tenha uma ótima estadia nesse país!
O Xá abusou do poder, contrariou a vontade do povo que ganhou uma liderança e, liderado, fez a revolução acontecer. Mais uma vez minhas suspeitas estão confirmadas. O Irã é um país mais que normal e à frente de seus vizinhos. Quem sabe um dia estaremos falando de uma normalidade assim na Arábia Saudita, nos Emirados e até na Jordânia. A propósito, o povo quer – o povo tem. Se quer a Sharia, pois que tenha a Sharia.
Khomeini liderou o povo que derrubou o Xá. Entretanto, ao que consta, o povo não pediu uma república islâmica em 1979, mas liberdade e pão. Onde está a tal liberdade num país onde os direitos de jornalistas são caçados e eles presos sem acusação prévia? Onde ficou o pão, se parcela enorme da população prossegue tão pobre quanto antes? O regime do Xá não era democrático, é certo; mas, e o regime do Khamenei? É democrático? Os jovens verdes que o digam, não é?
Benny, há problemas sérios no Irã, ninguém duvida disso. Em todo caso, é inegável que a situação econômica da maior parte da população é hoje melhor do que nos tempos do xá. O regime pode ser criticado por muita coisa, mas seu plano de combate à miséria absoluta vem funcionando razoavelmente bem. Os programas de assistência social, recentemente convertidos em remessas diretas de cash, garantem ao menos que ninguém morre de fome. Em relação ao Irã ser democrático ou não, vale lembrar que um sistema de governo só pode ser avaliado no longo prazo. A atual mão pesada contra reformistas é recente, coisa de anos. Mas dos primórdios da Revolução Islâmica até o início dos anos 2000, o Irã era inegavelmente mais democrático do que nos tempos do xá. Basta ver que aqui existe sociedade civil, as pessoas na rua falam mal do governo sem medo algum e até pouco tempo atrás havia muitos setores da imprensa críticos ao regime. Também havia alternância, o que era impensável na época do xá. O conservador Khamenei foi presidente nos anos 80, o reformista Khatami governou nos anos 90, a direita voltou ao poder com Ahmadinejad em 2005 etc.
A Sharia é uma ideologia supermacista. Ela proíbe a liberdade de escolha religiosa e é usada para dar base legal para o enforcamento de homossexuais, apedrejar mulheres adúlteras (raramente apedrejam o home adúltero, por que será…) e apóstatas – pessoas que decidiram se converter do islamismo para outras religiões ou serem ateístas. Num tribunal que respeita a Sharia, o testemunho de um homem vale pelo testemunho de duas mulheres. A Sharia é baseada em leis tribais do deserto da península arábica e não sofreu grande evolução desde 1.300 anos atrás, pelo menos no conceito de liberdades individuais como as temos nos países democráticos em todo o mundo. Por princípio, toda ideologia supremacista como a sharia, o nazismo e o comunismo, devem ser combatidos em nome da democracia, da livre expressão e do direito à liberdade religiosa, inclusive dos que professam a religião ateista ou a religião comunista. Um regime que executou entre 5 mil e 30 mil presos políticos de esquerda em 1986, não pode ser chamado de normal. As perguntas feitas pelos carcereiros islámicos iranianos aos presos políticos tinham a seguinte sequência: “1. Você é muçulmano?…3. O Alcorão é a palavra de Alá? 4. Você aceita que Maomé seja o Profeta? 4. Você prefere compartilhar a cela com um muçulmano ou com um não-muçulmano?”. Aqueles que valentemente responderam segundo suas consciencias “não” às perguntas 1, 3 e 4, eran levados em grupos de seis presos e enforcados lentamente. A decisão de enforcar lentamente, não foi por acaso. Alguns presos demoravam até 15 minutos para morrer. E depois de algumas semanas de trabalho duro, mesmo os carrascos estavam esgotados. Pediram então aos mulás muçulmanos que autorizassem a execução por fuzilamento. Essa proposta foi recusada pelas autoridades muçulmanoas pois segundo a Sharia os apóstatas e inimidos do Islã devem ser exeutados por enforcamento. Pessoas que participaram ativamente desse massacre em nome de uma religião, hoje ocupam postos no governo iraniano em recompensa pelo serviço prestado. Essa aberração animalesca justificada por leis religiosas, tem que acabar. Mesmo o terrível regime do Xá , não chegou aos pés dos crimes contra a humanidade praticados pelo regime dos mulas iranianos. Não estou defendendo os Mujahedin Qala, que teriam estabelecido uma ditadura de esquerda sanguinária. Mas se cometeram crimes, que sejam julgados e condenados a penas condizentes e sejam respeitados seus direitos. Ao agir desse modo sanguinário, ordenados pessoalmente pelo Khomeini, o regime iraniano se jogou na mesma vala dos criminosos que exterminou. O mundo tem que evoluir e não regredir a procedimentos medievais. Esse regime islâmico como vemos em diversos países é a vitória do obscurantismo e da ignorancia. Não se pode chamra isso de um ‘regime normal’. Não é normal. É a reação contra a evolução política e da informação que passa a humanidade. Há 30 anos atrás, pouco se sabia do que se passava nesses países e esses governantes podiam fazer o que quería sem pagar pelos crimes cometidos. Hoje, a Internet expõem as mediocridades e crimes de tais regimes em todo o mundo. Hoje tudo é registrado. Satélites, Youtube, telefones celulares e suas câmeras, o povo participa como ator. Ee isso deixa os conservadores islamo-fascistas acuados, pois o tempo corre contra eles. O mundo evolui, os povos evoluem económicamente, políticamente. A hora deles está chegando, não adianta gritar, torturar, matar, espancar o povo – estão estrebuchando e não vão impedir o progresso da humanidade.
Se a hora dos chamados “governos fascistas iranianos” está chegando, isso significa que no curto prazo a “socieade do país persa conhecerá o que se conhece no Ocidente por democracia”. Que bom para eles! Mas, quem são “eles”? O povo ou a elite? Porque ao que me consta, o chamado povo continua apoiando o governo conservador e votando em Ahmadinejad. De qualquer forma, tal brilhante e estupenda mudança social não se pode prever no nosso “democrático” país. Quem passar de carro por qualquer uma das marginais ou próximo de qualquer buraco periférico da grande São Paulo vai ver crianças descalças, sujas, mal vestidas e subnutridas, frutos do abandono, das políticas viciosas, da corrupção descarada e do esquecimento sistemático dos direitos de cada um dentro do chamado sistema democrático. Enquanto isso, outros bairros não muito distantes ostentam todo o bem estar e toda a riqueza que aos primeiros são negados. Tá tudo errado (e muito errado) por aqui também, mas parece que é mais interessante e charmoso falar de outros povos e países cuja realidade na verdade nos escapa totalmente ou pelo menos em boa parte. Um adágio popular diz que “o macaco senta em cima do próprio rabo e se põe a falar do rabo do vizinho”.
Que tal fazer uma reportagem sobre a conversão de muçulmanos ao cristianismo??? Eles são realmente sentenciados a pena de morte???
Dirceu, cristãos e judeus iranianos podem praticar sua fé em clima de razoável tranquilidade, o que não pode é pregar/fazer proselitismo nem trocar de religião para cidadãos nascidos muçulmanos. Muito se fala do cristão convertido sentenciado à morte, mas as autoridades desmentiram ontem que a condenação tenha sido confirmada. Mesma coisa no caso da Sakineh Ashtiani, a mulher condenada à morte por apedrejamento por ter traído e matado o marido. Várias vezes a execução foi dada como iminente, mas nada aconteceu. Aliás, o regime já disse que está abolindo a execução por apedrejamento. No fundo, há motivações políticas por trás de tudo isso. Esses casos polêmicos são usados num tabuleiro de barganha entre o Irã e seus inimigos.
Os Iranianos matam cristãos.
Oi Samy,
Parabéns por todo o seu trabalho. Sempre que leio a Folha procuro suas matérias e sempre fico orgulhoso. Há quanto tempo você está morando em Teerã? Deverá ficar até quando? Um abraço e tudo de bom pra você: saúde, paz e muitas matérias.
Estou gostando muito do seu blog. Matérias muito bem redigidas, claras, imparciais e profissionais sem ter que recorrer aos chavões que muitos jornalistas (?) usam para se referir ao Irã de uma forma caricata e profundamente preconceituosa.
Vou divulgar o blog pros meus amigos, porque conheço muita gente que tem interesse em conhecer mais sobre este país.
Boa sorte!
Achei uma página com documentários da TV do Irã em Espanhol, assim como noticiário do país. Ali, as negativas de desenvolvimento de armas nucleares são enfáticas, de uma forma que simplesmente não aparece na maior parte da mídia. Compartilho com vocês:
http://hispantv.com/
O engraçado que na época do Xá o irã tinha muito a cara do EUA nos anos 70, no you tube tem uma série de comerciais iranianos da época e as pessoas usavam bikinis e andavam como pessoas do ocidente, mas as condições socio econômicas do país na época eu desconheço, mas o inusitado que nem no regime Kemalista ou nos regimes secularistas turcos o povo se portava assim.
os links que me refiro:
http://www.youtube.com/watch?v=4XqKgozNSpU
http://www.youtube.com/watch?v=ALbamUkMczM
Isso demonstra que o povo iraniano é civilizado.Diferentemente dos russos que destruiram tudo o que se referia à familia do Czar Nicolau além de assassinar seus membros indefesos.Gostaria que você falasse sôbre o que restou da comemoração dos 2500 anos da Pérsia.
Visitei esse museu durante minha viagem pelo Irã. Assim como em todo e qualquer grande museu luxuoso, na saída fiquei questionando a necessidade de tamanha suntuosidade. Me enoja o exercimento livre do poder dos absolutos.
Escrevi um texto sátira sobre minha passagem pelo país: http://coletivomensonge.wordpress.com/2011/10/25/a-filha-do-babaca/
Parabéns pelo blog.
Sem dúvida, a diferença entre as revoluções do Irã em 1979 e as recentes na Tunísia e na Líbia demonstram níveis de civilidade bastante diferentes, talvez pelo conteúdo mais idealista da primeira, e pragmático das últimas. Estou muito contente em ver, finalmente, um noticiário imparcial e honesto sobre o Irã.
Por favor Samy, você teria noticias do Pr Nadarkhani sentenciado a morte por apostasia (deixou o islamismo)?
Ezter, existe de fato uma condenação à morte por um crime tido como grave pelas leis em vigor por aqui. Abandonar o islã é passível de execução, mas vale lembrar que o Irã muitas vezes faz um barulho danado e acaba não aplicando as sentenças. Lembra da Sakineh Ashtiani? A mulher condenada à morte por apedrejamento por ter traído e matado o marido? Ela continua presa, mas a pena até hoje não foi executada, embora muitas vezes tenham dito que o apedrejamento era iminente. Aliás, semanas atrás autoridades informaram que a execução por apedrejamento estava sendo revogada. Quantos supostos espiões estrangeiros também não foram ameaçados de pena de morte antes de ser libertados? Não estou dizendo que o homem convertido ao cristianismo escapará da pena capital, mas é preciso entender que o caso, como tantos outros, parece estar sendo usado para fins políticos na confrontação com os EUA.
Obrigada pelo retorno. Compreendo perfeitamente que todo caso polêmico será usado como guerra de palavras. Mas este caso é na verdade um tiro no próprio pé do governo iraniano. Pois o país é membro das Nações Unidas, o mesmo deve respeitar a resolução dos direitos humanos, da qual o país assinou o compromisso de cumprir o regulamento, em relação a liberdade religiosa, no caso, a troca de religião.
Artigo 18° diz: “Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos. ”
Por favor, nos mantenha informados sobre o caso. Um abraço. Ezter
Esta é a segunda matéria sobre o Irã que leio em seu blog. Estou achando ótimo conhecer o povo iraniano pelo seu olhar. Por favor, continue nos brindando com a cultura desse povo. O que os olhos não veem, a imaginação enriquece a partir dos textos.
Caro Samy, parabéns pelo post, hesitei um pouco antes de entrar no blog. Estou cansado da visão que a imprensa ocidental prefere associar ao Irã. Na verdade vejo uma nação com cultura e tradição, e das mais refinadas, buscando seu caminho, mesmo que de maneira contraditória (aos nossos olhos), de posicionamento no mundo contemporâneo. Acredito que só os próprios iranianos possam encontrar esse caminho. Chega de intervenção.
Estava descrevendo ao eu marido a chamada era dos XA’s na Persia. Pensei que tudo havia sido destruido. O ultimo imperador morreu exilado aqui nos Estados Unidos? Farah Diba mora em Paris e seus filhos atenderam as mais dignas faculdades no mundo. Lembro-me quando pequena meus comentando sobre Soraya e sua beleza. Mr.Samy, de a nos, seus leitores mais artigos ricos como este em pauta. Lembra-se de uma das festas e as tendas espalhadas ao redor do palacio? coisa de Midas.
Gloria, o xá Mohamed Reza Pahlevi morreu exilado e foi enterrado no Egito, menos de dois anos após deixar o poder. Quando governava, dava festas homéricas, uma das maiores e mais caras foi o aniversário de 2.500 anos da Pérsia, em 1971, que contribuiu para fomentar a ira das pessoas, que acabaram se revoltando contra o regime oito anos depois.
Parabéns pelo texto e pelo blog Samy!
Olá Samy, parabéns pelo blog. É sempre bom ter uma visão diferente, com notícias e agendas distintas daquelas trazidas por agências internacionais sobre o Oriente Médio. Endossando as palavras de Janaina Elias uma pena não ter foto na postagem.
Olá, gostaria de pedir licença aqui e convidá-los a ler também o meu blog sobre a cultura iraniana:
azizamiran.blogspot.com
Olá Samy, adorei a postagem! Uma pena não haver fotos para compartilhar conosco essa beleza toda. Admiro o povo iraniano que sabe manter sua memória com civilidade, por isso são tão ricos culturalmente.